Festival, que começa na quarta, terá sessão dedicada ao medo e ao humor negro com produções de vários países

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ncinha pintada, zebrinha listrada, coelhinho peludo? Esqueça. Se você está cansado das incontáveis animações de bichinhos e demais personagens infantilóides que dominam o cinema, o festival de animação Anima Mundi tem um mundo menos fofinho para apresentar.
Em sua 15ª edição, que chega a São Paulo depois de amanhã e vai até domingo, no Memorial da América Latina, o festival agrupou dez curtas de temática sinistra e criou pela primeira vez uma Sessão Terror, que será exibida nos dias 13 e 14.
São produções como "Taste of Life" (o gosto da vida), da cabeça transtornada do diretor Ülo Pikkov, da Estônia, que conta a história de um bizarro massagista com inclinações para Hannibal Lecter, de um sapateiro tarado por pés e chegado num vodu e da infeliz garota que se divide entre ambos.
Apesar do roteiro de terror, a produção é marcada pelo humor negro, característica também de "A Noite do Vampiro", excelente animação 3D de Alê Abreu, que conta a saga de um vampiro paulistano às voltas com outro sugador de sangue.
Já sem piada nenhuma é a história do garoto que se envolve com a menina que dá título ao espanhol "Violeta, a Pescadora do Mar Negro". Além de uma família que parece saída de um filme do Rob Zombie -avó cega, mãe que morre após dar à luz gêmeos siameses- há ainda uma ótima canção da brasileira Natália Miró do Nascimento fechando o curta.
O americano Bill Plympton, um dos favoritos do público do Anima, também está presente na sessão com seu "Shut Eye Hotel", uma história noir sobre policiais que investigam assassinatos em um hotel. Plympton tem outro curta no festival, o clipe "Don't Download This Song", de Weird Al Yankovic, que satiriza o grande "terror" da indústria musical, os internautas que baixam música.


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