ANDRÉ BARCINSKI
EDITOR DO FOLHATEEN

Acaba de sair no Brasil, via Sony, um dos melhores discos do ano, "Xtrmntr", do Primal Scream. O título é meio esquisito (trata-se da palavra "Exterminador", em inglês, sem as vogais, sabe-se lá por quê), mas o som é de primeira, uma mistura bacana de guitarras distorcidas e música eletrônica.
O Primal Scream surgiu em Glasgow, na Escócia, em 1984, e é uma banda que nunca se limitou a um único estilo. Cada um de seus discos (são cerca de dez, entre LPs e EPs) é bem diferente dos demais.
A banda começou como uma usina de microfonia na linha dos conterrâneos do Jesus and Mary Chain (o líder do PS, Bobby Gillespie, também era baterista do Jesus), mas logo depois embarcou numa linha dançante e psicodélica, lançando o clássico moderno "Screamadelica" (1991). Em 1994, a banda mudou novamente de rumo e gravou um álbum de rock country, "Give Out But Don't Give Up".
Agora, com "Xtrmntr", o PS parece ter finalmente voltado à boa forma. Gillespie e sua turma pegaram todas as suas influências -a microfonia e barulho dos discos dos Stooges, a onda psicodélica inglesa do fim dos anos 80 (Stone Roses, Happy Mondays) e a música eletrônica moderna, e fez uma mistura incrível de tudo isso. O resultado é o melhor disco da banda e um dos mais importantes dos últimos anos. Se você quiser saber para onde vai o rock daqui para a frente, comece ouvindo este discaço.



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