São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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TECNO
Sites feitos para downloads têm vários programas grátis
Nós não vamos pagar nada

ALEXANDRE VERSIGNASSI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem gosta do Laerte, o cartunista, deve ter acompanhado na Folha uma série de tirinhas em que um de seus personagens, o Hugo, descobre que não apenas o acesso à Internet pode ser gratuito, mas várias outras coisas. Termina que ele entope sua casa com tudo o que pode ser comprado pela rede sem gastar nenhuma pataca. No fim da série, Hugo acaba indo em cana. Na vida real, dá para fazer algo parecido, sem precisar trocar seu médico pelo Drauzio Varella.
O lugar para isso são os sites especializados em downloads. Eles são verdadeiros supermercados de software. Só que com um diferencial: em alguns casos, dá para lotar o carrinho e ir embora sem passar no caixa.
A mais conhecida dessas páginas é a www.tucows.com. Chegando lá, é só teclar o nome do programa que você quer e esperar para ver o que aparece. Se for aquele game cult, o Civilization, por exemplo, vão pintar pelo menos umas 20 alternativas de download. Na maioria delas, estará sendo cobrado um preço similar ao das lojas, que poderá ser debitado do cartão de crédito. Mas não é disso que estamos falando, certo? O que interessa é que várias das ofertas são gratuitas mesmo. Algumas são dos programas chamados de "shareware", aqueles que são liberados pelo fabricante ou pelos distribuidores do software por uns 20 ou 30 dias para que você decida se quer comprar ou não. Tudo bem que, depois desse período, se você não pagar nada, o programa se autodestruirá. Mas é só voltar lá e pegar de novo.
Não são somente esses programas perecíveis que saem de graça. Há também os "freeware". Esses não têm limite de tempo de uso e, em vários casos, dividem espaço nas prateleiras com as versões pagas. É o que acontece, inclusive, com o próprio Civilization, que tem vários clones sendo oferecidos gratuitamente no Tucows. Claro que isso é pirataria. Mas é tão ilegal quanto a distribuição de músicas pelo Napster. Ou seja, à medida em que se torna algo natural, acaba ficando meio que acima das instituições legais.
De qualquer maneira, apropriar-se do trabalho intelectual dos outros sem pagar nada, mesmo que seja para dar de graça para pobres como nós, não deixa de ser malandragem. E a festa pode acabar do dia para a noite.
Mas nem tudo que não custa nada é fruto de pirataria. No Tucows e em outros sites-supermercado, como o www.download.com e o www.superdownloads.com.br, vários autores distribuem seus programas por vontade própria, só para ter publicidade. Vão de guias para o uso de programas comuns, como o Word, a "plug-ins" que melhoram o desempenho do Napster, passando pela seção de perfumarias, cheia de frescurinhas como programas que deixam o cursor do mouse todo colorido e transformam aquela ampulheta de espera em girassóis e cata-ventos. Haja paciência.



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