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TECNO
Sites feitos para downloads têm vários programas grátis
Nós não vamos pagar nada
ALEXANDRE VERSIGNASSI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Quem gosta do Laerte, o cartunista, deve ter acompanhado na Folha uma série de tirinhas em que um de
seus personagens, o Hugo, descobre que não apenas o
acesso à Internet pode ser gratuito, mas várias outras
coisas. Termina que ele entope sua casa com tudo o que
pode ser comprado pela rede sem gastar nenhuma pataca. No fim da série, Hugo acaba indo em cana. Na vida
real, dá para fazer algo parecido, sem precisar trocar seu
médico pelo Drauzio Varella.
O lugar para isso são os sites especializados em downloads. Eles são verdadeiros supermercados de software. Só que com um diferencial: em alguns casos, dá para
lotar o carrinho e ir embora sem passar no caixa.
A mais conhecida dessas páginas é a www.tucows.com. Chegando lá, é só teclar o nome do programa que
você quer e esperar para ver o que aparece. Se for aquele
game cult, o Civilization, por exemplo, vão pintar pelo
menos umas 20 alternativas de download. Na maioria
delas, estará sendo cobrado um preço similar ao das lojas, que poderá ser debitado do cartão de crédito. Mas
não é disso que estamos falando, certo? O que interessa
é que várias das ofertas são gratuitas mesmo. Algumas
são dos programas chamados de "shareware", aqueles
que são liberados pelo fabricante ou pelos distribuidores do software por uns 20 ou 30 dias para que você decida se quer comprar ou não. Tudo bem que, depois
desse período, se você não pagar nada, o programa se
autodestruirá. Mas é só voltar lá e pegar de novo.
Não são somente esses programas perecíveis que
saem de graça. Há também os "freeware". Esses não
têm limite de tempo de uso e, em vários casos, dividem
espaço nas prateleiras com as versões pagas. É o que
acontece, inclusive, com o próprio Civilization, que tem
vários clones sendo oferecidos gratuitamente no Tucows. Claro que isso é pirataria. Mas é tão ilegal quanto
a distribuição de músicas pelo Napster. Ou seja, à medida em que se torna algo natural, acaba ficando meio que
acima das instituições legais.
De qualquer maneira, apropriar-se do trabalho intelectual dos outros sem pagar nada, mesmo que seja para
dar de graça para pobres como nós, não deixa de ser
malandragem. E a festa pode acabar do dia para a noite.
Mas nem tudo que não custa nada é fruto de pirataria.
No Tucows e em outros sites-supermercado, como o
www.download.com e o www.superdownloads.com.br, vários autores distribuem seus programas por vontade própria, só para ter publicidade. Vão de guias para
o uso de programas comuns, como o Word, a "plug-ins" que melhoram o desempenho do Napster, passando pela seção de perfumarias, cheia de frescurinhas como programas que deixam o cursor do mouse todo colorido e transformam aquela ampulheta de espera em
girassóis e cata-ventos. Haja paciência.
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