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Uruguai, Chile, Argentina: conheça os indies latinos
DA REPORTAGEM LOCAL
Um mistério do pop é a dificuldade de o Brasil interagir
com a música produzida nos
países vizinhos. Eles até nos
ouvem, mas dificilmente artistas de outras partes da América
Latina emplacam por aqui.
Isso numa escala maior; com
os independentes, a coisa melhora um pouco. Indies são, antes de mais nada, ratos de internet, vale lembrar, e gostam de
fuçar música mundo afora.
A compilação "Porque Este
Océano Es el Tuyo, Es el Mío",
por exemplo, com 17 bandas de
países da América Latina, mostra que é possível criar uma sonoridade em comum entre tantos países próximos.
Como um dos parceiros do
projeto é o selo carioca Midsummer Madness, várias das
músicas são calcadas no rock
inglês e norte-americano dos
anos 90, na linha mais melódica e melancólica, como Pavement, Spiritualized e Ride.
É o caso do Amelia (Uruguai),
que vem com "Adiós", ou o mexicano Lissa, que injeta psicodelia em "Mi Amigo Reno". Gepe, do Chile, chega a lembrar os
momentos mais inspirados de
Morrissey, em "Namás", enquanto o Modular, em "Encapsulados", é uma versão argentina do som retrô/kitsch do franco-britânico Stereolab.
O Brasil vem bem representado pelo rock dadaísta do carioca Luisa Mandou um Beijo e
pelos eficientes Bazar Pamplona, Filme e Apanhador Só.
Mas, é claro, não se tratam de
meras cópias. Há influências
regionais específicas quase imperceptíveis, mas que acrescentam um interesse extra à
sonoridade.
(BRUNO YUTAKA SAITO)
PORQUE ESTE OCÉANO ES EL TUYO, ES EL MÍO
Vários artistas
www.sinopuedobailar.com
Ouça: "Adiós", do Amelia
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