São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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música

Um banquinho, um violão e nenhuma inovação

Parece até que Jack Johnson sempre lança o mesmo disco, mas "Sleep through the Static", o novo, acaba de sair nos EUA

Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Jack Johnson em sua passagem por São Paulo, que arrastou uma multidão em 2006


DA REPORTAGEM LOCAL

Só funciona na areia da praia. Tanto este novo, "Sleep through the Static", quanto qualquer outro disco do havaiano Jack Johnson, febre entre os fiéis freqüentadores das praias badaladas do Sul e do Sudeste brasileiros, parece perder totalmente o sentido longe do nível do mar. Mas é inegável que esse surfista e cineasta conquista milhares de ouvintes de todas as idades apenas com um banquinho, um violão e nenhuma inovação.
Tudo é muito parecido nas 14 faixas do "interminável" "Sleep through the Static", que acaba de sair nos EUA. Logo de início, a faixa "All at Once" já entrega o que esperar de Jack: letras de amor rasas embaladas pelo violão amador e com arranjos de piano para lá de mixurucas.
Segue assim inerte pelas próximas faixas: a que dá título ao disco e "Hope". É quando entra a melosa "Angel", com a voz sem sabor de Jack e seu violão que soa como se saísse de um lual improvisado às pressas.
O tédio segue até a décima música, "Go On", que tem uma levada mais maneira e pode ser vista como o momento agitado do disco, o que para Jack Johnson significa apenas carregar um pouco mais na bateria e na distorção do som da guitarra.
Deslocada no álbum, "They Do, They Don't" é o único momento interessante do trabalho, com Jack injetando uma ampola de black music na veia e remetendo às músicas lentas de Lenny Kravitz. E uma comparação com o talentoso Lenny é certamente o maior elogio que esse "Sleep through the Static" poderá receber.
(LEANDRO FORTINO)

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