São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

NOVOS EM FOLHA

EXPERIMENTAL
Underneath the Pine
Toro y Moi
GRAVADORA Deck
QUANTO R$ 23,90
AVALIAÇÃO     


A dor não esmaga mais o peito, e os olhos voltam a perceber as cores. Já dá para escancarar a janela, respirar fundo sem chorar e deixar o sol do outono esquentar um sorriso aliviado. Melancólico na dose certa, o sucessor de "Causers of This" (2010) -aclamado disco de estreia de Chazwick Bundick, 24, o Toro y Moi- é trilha sonora para aquele dia em que você acorda sem lembrar que estava sofrendo por amor. Yes! Mais orgânico do que o primeiro, "Underneath the Pine" ainda carrega o romantismo juvenil quase inocente que Chaz apresentou ao mundo logo de cara. Ele também volta com o groove moderninho, as reverberações nostálgicas, o vocal preguiçoso, os instrumentais viajantes. Nem dá para acreditar que o rapaz da Carolina do Sul (EUA) concebe grande parte desse som inclassificável (não tente enfiá-lo num rótulo) no quarto de casa. Para procurar no YouTube: "New Beat" e "Still Sound". Para derreter no sofá: "Elise" e "Divina". (MAYRA MALDJIAN)

POP
Femme Fatale
Britney Spears
GRAVADORA Sony
QUANTO R$ 24,90
AVALIAÇÃO     


Agora que os zumbis estão na moda, eles servem de parâmetro de comparação para qualquer coisa. Até para a carreira da cantora Britney Spears. É a metáfora ideal para alguém que raspou o cabelo, fez cara de psicopata, atacou um carro com um guarda-chuva, engordou, perdeu a guarda dos filhos -e continua a reaparecer em primeiro lugar nas paradas. Ela faz cara de que não rolou nada de bizarro nos últimos anos. Quase diz: "Oi, eu? Imagine, acabei de lançar dois clipes ("Hold it Against Me" e "Till the World Ends') com intervalo de menos de dois meses". O novo álbum, coerente com o restante da carreira dessa monstrenga, traz o de sempre: músicas que vão tocar na balada e grudar na sua cabeça como uma maldição. Se você conseguir não se perguntar o que é mérito dela e o que é magia dos produtores, vai se animar com o disco eletrônico, dançante e sexy. E pode concordar: essa morta-viva não vai largar o osso tão cedo. (DIOGO BERCITO)

POP
Goodbye Lullaby
Avril Lavigne
GRAVADORA Sony
QUANTO R$24,90
AVALIAÇÃO    


Avril foi uma aluna aplicada da Escola do Pop. Acontece que, apesar do rostinho de eterna protagonista de "Malhação", a moça cresceu. Com 26 anos e um divórcio nas costas, ela tenta se desvincular da "rebeldia Miojo": aquela que fica pronta em três minutos e esfria rapidinho. Em "Goodbye Lullaby", a canadense não abandona a receita pop que lhe deu fama. Continua chutando algumas portas ("What the Hell"), mas a pose de menina má estoura como bola de chiclete ao longo do disco. Mais intimista, ela aprendeu a perdoar ("I Love You") e a sofrer ("Everybody Hurts"). O último álbum dela era de 2007, logo após o casamento com Deryck Whibley, músico do Sum 41. Mesmo separados, os dois continuam a trabalhar juntos. Ele produziu as faixas mais introspectivas de "Goodbye" e recebeu vários elogios de Avril no encarte do disco. No final das contas, talvez a princesinha do pop-punk seja a última romântica. (ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER)

TRILHA SONORA
Sucker Punch
Vários
GRAVADORA Watertower
QUANTO US$ 12,50
(importado)
AVALIAÇÃO    

Para o mundo caótico criado por Zack Snyder no filme "Sucker Punch", nada mais razoável do que uma trilha sonora bizarra -e surpreendente. Atores se juntam a artistas alternativos para recriar clássicos. A lolita Emily Browning solta o gogó afinado em boas versões de "Sweet Dreams (Are Made of This)", sucesso dos anos 80, e de "Asleep", dando belo tom triste à música da banda The Smiths. A cantora Björk retoma um de seus maiores hits, "Army of Me", aqui cheio de efeitos eletrônicos e com clima de guerra, ao lado da banda Skunk Anansie -que até tenta, mas não chega aos pés do original em "Search and Destroy", de Iggy Pop. Outro bons destaques são "Tomorrow Never Knows", dos Beatles, em versão "girlie"-fofa-eletrônica, e "I Want it All/We Will Rock You", do Queen, rimados pelo rapper Geddy. Fuja de "Love Is the Drug", do Roxy Music, estragada pelos atores Oscar Isaac e Carla Gugino. (IURI DE CASTRO TÔRRES)


Texto Anterior: Jovens exploradores
Próximo Texto: Escuta Aqui - Álvaro Pereira Júnior: Realengo e San Diego, mórbida semelhança
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.