São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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música

Pânico por todos os lados

1,5 milhão de CDs e 19 milhões de streamings depois, só dá Panic! at the Disco

Divulgação
Os emos do Panic! at the Disco são ousados: saem com seus penteados na sacada sem se importar com a ventania


LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O nome do grupo é Panic! at the Disco. Mas pode chamá-lo de A Banda de Rock Mais Falada do Mundo Hoje Para o Bem e Para o Mal Quer Queiram Quer Não. Esse apelido, à altura da mania de colocar longos nomes em canções, serve bem para ilustrar o momento pelo qual passa esse pós-adolescente quarteto de Las Vegas, a "nova Seattle" americana (brincadeira!).
Banda que transita entre o emo e o indie rock, o Panic! at the Disco (o vocalista explica o nome na página 8) teve meteórico sucesso porque conseguiu se dar bem juntando os melhores dos dois mundos de hoje na música: o real e o virtual.
Há pouco mais de um ano, a banda da terra do Killers mal existia, a não ser como uma turma de amigos da escola que se encontrava para tocar covers de Blink 182. Quando lançou seu primeiro CD, o hoje campeão "A Fever You Can't Sweat Out", em setembro do ano passado, o Panic! at the Disco encontrou um cenário tão favorável que levou a banda às alturas: em meio ao levante do emocore e ao domínio da música indie como o novo pop.
Um ano depois, 1 milhão e meio de CDs vendidos depois e 19 milhões de streamings no MySpace depois, só dá Panic! at the Disco. Por onde quer que se olhe, com olho pintado ou não.
A banda atravessou 2006 e o mundo em turnê, quase sempre com shows esgotados, incluindo participações destacadas (mesmo!) nos gigantescos Lollapalooza (EUA) e Reading Festival (Inglaterra).
Na festa da MTV americana, o Panic! at the Disco estava lá (inclusive ganhando o prêmio de vídeo do ano). Na trilha sonora de um dos filmes mais falados do ano, "Serpentes a Bordo", o grupo está lá.
Dando continuação ao giro planetário, em outubro o Panic! excursiona pela Austrália e volta à Europa, incluindo fantásticos quatro shows "sold out" no lendário Brixton Academy, em Londres.
Numa missão de se afastar da tristeza emo -termo que já virou pecha no rock americano e custou uma garrafada à banda no Reading Festival, que acertou em cheio o pancake e borrou o delineador do vocalista Brendon Urie-, o Panic! está se aproximando do indie.
Em seus shows, arrisca covers de Radiohead e Smashing Pumpkins. E convidou o inglês Bloc Party para passar novembro e dezembro tocando pelos Estados Unidos.
O Brasil também está em Panic! Aqui, a banda passa sem parar na MTV, tem alta rotação nas FMs pop, acumula 19 comunidades no orkut e anima a Warner a lançar discos até no raro (por aqui) formato de "compacto simples".
Vêm aí os singles de, atenção aos nomes, "The Only Difference Between Martydom and Suicide Is Press Coverage", "But It's Better If You Do" e "Lying Is the Most Fun a Girl Can Have without Taking Her Clothes Off", títulos exemplares no cenário emo e que, de certa forma, explicam a garrafada indie no Reading Festival.


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