ESCRITOR CARIOCA CRIA BLOG DE "MASHUPS" LITERÁRIOS

MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO

Era fim de ano e Leonardo Villa-Forte, 25, estava deitado na cama, folheando livros que tinha acabado de comprar ou de ganhar.
Curioso, começou a ler um pouco de cada um para decidir, enfim, qual o primeiro que devoraria.
Ao virar as páginas, teve um "insight": alguns livros tinham uma possível "continuação" em outros.
Não deu outra. Marcou trechos, cruzou diálogos. Nascia ali uma nova história.
Como um DJ que mistura duas ou mais músicas para criar uma nova faixa, o jovem escritor carioca pegou carona na ideia do copia e cola para criar o que ele batizou de "mashups literários".
Ele já colocou 32 desses textos no blog que criou, o Mixlit (bit.ly/mixlit).
"Irrompe", seu "mixlit" de estreia, reúne, entre outros, fragmentos de "A Confissão", de Flávio Carneiro, e "Fragmentos de um Discurso Amoroso", do linguista francês Roland Barthes.
"Foi pura diversão de um leitor que queria interagir com os livros de uma forma diferente", conta o escritor de textos-frankenstein.

VERSÕES E VERSÕES
Em seus sete meses de vida, o blog foi bem recebido pelos amantes da literatura.
O único problema, conta, é a confusão com o termo "mashup literário", que passou a ser usado também para obras como "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen, na sua versão zumbi, lançada pela Intrínseca.
"São clássicos inseridos em universos em voga atualmente. Não tem nada a ver com o Mixlit."


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