Festivais de rock, ame-os ou odeie-os

EU TINHA jurado que não escreveria uma linha sobre os festivais deste segundo semestre no Brasil.
Mas ainda sou jornalista, e não dá para fechar os olhos aos fatos -quebro hoje a promessa.
Se o mundo não acabou, está rolando o festival SWU, em Itu (SP), com trocentas bandas e DJs.
Não vou nem fui -não gostava de festival nem quando tinha idade para isso, imagine agora, com essa dor na coluna lombar que não me larga.
Mas, olha, é o seguinte: você, mais jovem, deveria ir. Se não ao SWU, a qualquer outro festival.
Porque a farra é boa. E é a farra que vale.
Não acredite nesse papo, tão difundido no Brasil, que festival é bom para você se atualizar, entender a cena pop atual bla-bla-blá.
É nada. Festivais não existem pela música, existem pela zoeira.
Porque a logística de um festival é um pesadelo, e a música pouco conta. Porque as bandas têm pouco tempo pra tocar, porque o som nunca é ideal, porque a maioria do público fica lá na casa do caramba e não vê nada.
Se você quiser realmente se atualizar sobre o que rola de mais importante no pop, aí a parada é outra.
Desculpe falar na lata, mas você tem de se mudar para a gringa, L.A., Nova York ou Londres, e ver bandas nos locais em que realmente uma cena se forma e se consolida: os clubes.
É nos clubes que você saca se uma banda é boa de verdade, se os caras têm pegada, se fazem algo realmente novo.
Musicalmente, festival é enganação. É feito para atrair justamente quem não gosta de música. Porque festival é farra e, como eu ia dizendo, é por isso que você deveria ir.

PLAYER

ASSISTA ON-LINE
"Fuck you", Cee-Lo Green
Se um dia fizeram um clipe mais feliz e solar que esse, eu não sabia: is.gd/fQMUj.

ASSISTA ON-LINE
"From the Basement", Radiohead
Estava picado no YouTube, mas agora é na íntegra, mais de uma hora, em HD (is.gd/fQNo8).

DELETE
Manias do twitter
Gente que, a sério, chama os outros de "seu lindo"e "sua linda".


Texto Anterior: Tempos depois
Índice | Comunicar Erros