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COMPORTAMENTO
SEMPRE ALERTA
Em 2010, escotismo comemora cem anos no Brasil; veja o que essa turma faz quando
se encontra
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os gritos de "sempre
alerta!", os biscoitos
vendidos de porta em
porta e as velhinhas
auxiliadas na travessia de uma
rua movimentada. O que mais?
Os escoteiros -que em junho
comemoram cem anos de atividades no Brasil- não são um
grupo fechado. Mesmo assim,
quem não tem amigos ou parentes nessa turma nem sempre sabe o que, afinal, eles fazem quando se reúnem.
Para responder, o Folhateen
acompanhou os encontros de
dois grupos diferentes de escoteiros em São Paulo. Um no
parque da Água Branca, outro
em uma escola pública.
As atividades seguem as propostas de Robert Baden-Powell
(1857-1941), fundador do movimento escotista (1907). Rolam,
em geral, durante os finais de
semana, ao ar livre, com brincadeiras e esportes.
Em um dos encontros, por
exemplo, após hastearem a
bandeira do Brasil, os jovens se
engalfinharam em uma "atividade de risco" -tinham de rabiscar os tênis uns dos outros
com giz. Vencia o mais limpo.
Na reunião seguinte, debaixo
de um sol de 30º C, outros jovens amarraram pedaços de
madeira, montaram traves e jogaram handebol na areia.
"Aqui podemos parar de
pensar no mundo lá de fora",
resume Yuri Golfetti, 16, que
trabalha o dia todo como office-boy e estuda à noite. "A ideia
é tirar a dependência que temos dos adultos", completa.
Nas reuniões, os escoteiros
aprendem de tudo. A dar nó,
por exemplo, e também a montar barraca, cozinhar, tratar de
ferimentos etc. Fazem cursos,
ganham distintivos.
Os aprendizados são necessários na hora de partir para a
floresta. "Sem acampamento,
não somos escoteiros!", explica
Raissa Cardoso, 15. E especifica: "Não é "camping", não. Gostamos de uma coisa radical".
Tipo a que ela enfrentou em
Foz do Iguaçu (PR), no acam-
pamento nacional dos escoteiros, em 2009. "Teve uma tempestade, as barracas ficaram
alagadas, fazia 40º C... Mas me
lembrei de que os escoteiros
sempre sorriem."
Turma do bem
Mas e as tais boas ações, como ajudar velhinhas a atravessar ruas? "Não é só isso!", alerta
André Pereira, 22, escoteiro
desde os oito anos e hoje assistente da chefia de uma tropa.
E não existe, também, aquela
obrigação de ser o melhor o
tempo todo. "Escoteiro vai mal
na escola, sai de balada, não está morto", afirma. "Mas tem
outra cabeça para lidar com o
certo e com o errado."
Há sim, por outro lado, um
compromisso de fazer o bem.
Para receber o distintivo de
"escoteiro da pátria", por
exemplo, Isadora Prado, 16, está desenvolvendo um projeto
de reciclagem na sua escola.
Já Carolina Lorieri, 18, de
olho no mesmo objetivo, quer
conscientizar as pessoas a respeito da extinção de animais.
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