São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004 |
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TUDO DE BOM Positivo e operante
No barraco do rapper Vinimax, na
favela de Rio das Pedras, no Rio,
moram, além dele, a mulher, a mãe,
o pai e o filho de três anos. Aos 30, ele estudou por meio de apostilas, cresceu de office-boy a assistente do estúdio Rock House
-por onde passaram grandes nomes da
MPB, como Tim Maia, Caetano Veloso e
Gilberto Gil- e até cantou funk e r&b em
bailes funk e de charme. Folhateen - Seguir o caminho do bem é mais difícil? Vinimax - É difícil. O rap é muito criticado por ser negativo, mas a gente fala uma parada que é verdade. Imagine um pai de família como eu ganhando R$ 400. Dá para o cara ser do bem? Olha como é difícil. Outro dia levei meu filho a um hospital público, às 19h. Fui atendido à 1h e, quando cheguei lá, falaram que não tinham um otorrino para tratar a dor de ouvido dele. É uma guerra contra os pobres. Folhateen - Então por que você decidiu cantar letras positivas? Vinimax - Outros irmãos já cantaram a violência e o tráfico. Tenho vontade de meter uma bronca, mas prefiro falar do lado espiritual das pessoas, pois está faltando amor. Moro num barraco de tábua, e isso nunca foi motivo para eu ser um cara fraco ou inferior, sempre foi motivo para eu ser forte e positivo. Já fui radical e vi que não leva a nada, só me prejudicou. Folhateen - Mas o público de rap está atrás da temática da violência. Vinimax - Não esquento a cabeça com isso. Pensamentos mudam, e um dia uma pessoa que não é radical vai escutar e gostar da mensagem. Se é para cantar rap, eu sei que tenho um diploma, que é o barraco de tábua. Não estou esquentando a cabeça com essas pessoas. Texto Anterior: Festival: Trabalho animado Próximo Texto: Mais rap Índice |
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