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Cega teve matrícula rejeitada várias vezes
da Reportagem Local
Lara de Campos Siaulys, 20, foi
recusada em muitas escolas durante sua vida escolar. Cega desde
bebê, ela conta que a família teve
de lutar muito para conseguir
educá-la.
"As escolas nunca diziam não.
Mas nos enrolavam, diziam para
tentar outro lugar", diz ela. Hoje,
Lara faz faculdade de música na
Unicamp e trancou a matrícula
do curso de letras na PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo). A estudante toca
bateria, piano e violão.
"Existe professor que aponta
para a lousa e fala: "Isso mais isso é
igual a isso'. Mas isso o quê? Eu
não vejo! Aí peço para ele dizer o
que está mostrando." Mas nem
sempre os professores colaboram. "Muitos dizem: "Que saco',
mas não estou nem aí, brigo mesmo. Tenho direito de absorver o
mesmo que os outros." Lara diz
que, com a ajuda dos professores
e de equipamentos básicos, os cegos poderiam estudar em qualquer escola. "Eles só precisam
aprender a ler braile na infância, e
depois é tudo igual aos alunos comuns."
A estudante reclama da falta de
material didático adaptado. "Recursos razoavelmente simples,
como uma impressora especial
para braile e programas de computador com sintetizadores de
voz, ajudam muito a vida de um
aluno cego. Tudo é uma questão
de a sociedade e as escolas terem
vontade de colaborar."
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