São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

02 Neurônio

>>Jô Hallack >>Nina Lemos >>Raq Affonso

02neuronio@uol.com.br

http://02neuronio.blog.uol.com.br

Meninas normais

GOSTAMOS DE de saber que Lily Allen virou garota-propaganda de calcinha. Isso tudo porque ela escreveu no seu blog que se achava gorda.
Lily não é gorda, mas, como a maioria das mulheres, se acha meio fora de forma. Os fãs da cantora postaram mensagens de apoio, falando o que toda amiga diz quando você diz que está gorda: "É claro que você não está". Sim, às vezes é mentira. E daí?
Não sabemos se ela se preocupou ou não, se fez regime, drenagem ou reza braba. Mas a marca de lingerie Agent Provocateur resolveu capitalizar em cima e contratar Lily por causa de sua "aparência natural". Essa jogada de marketing terá apelo com as mulheres.
E o que seria uma aparência natural? Do jeito que as coisas andam, até ser normal virou esquisito, pelo menos para a indústria de celebridades. Se você não é anoréxica nem colocou um peito de silicone gigante, já é logo chamada de pessoa com "aparência natural", o que, convenhamos, não é nada natural. E também tem uma conotação pejorativa, pois é usado como contraponto a mulheres bonitas dos comerciais glamourosos.
Detalhe: as tais normais das propagandas têm sempre a pele ótima, lisa, e os cabelos sedosos. Elas são bem mais perfeitas do que a maioria das mulheres, sim, senhor. Porque até a sua aparência natural passou pela equipe de direção de arte. E o mundo, que nos desculpem os estetas, não tem direção de arte.
Por isso, propomos agora um desafio. Queremos ver se algum produto vai ter coragem de chamar uma garota realmente normal para ser garota propaganda. Mas normal MESMO. Para isso, ela terá que estar com o cabelo um pouco despenteado, a unha meio descascada e com uma espinha pequena no rosto. E com olheira, é claro. Porque é assim que somos na vida real. E muito importante: comercial de iogurte para prisão de ventre não vale!
Duvidamos que eles tenham coragem!
PS: Queridas, não se sintam humilhadas. Pensem a quantas chapinhas aquela menina normal da publicidade foi submetida. Fora o Photoshop, é claro.


Momento de histeria

Nas páginas de revista, ninguém é normal

Texto Anterior: +DVDs: Ratatouille
Próximo Texto: Teatro: Vá ao teatro e me chame
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.