São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003

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02 NEURÔNIO

O pacto da social

Agora que se fala tanto em pacto social, é preciso sugerir à sociedade um outro pacto conciliatório: o pacto da social. Ele acabaria com preconceitos e desigualdades em ambientes sociais como festas, praias e feirinhas de antiguidade.
Depois de uma reunião no posto 9 (na praia de Ipanema, o lugar de mais social no Rio), conseguimos escrever a ata do pacto. Demorou um pouco, estávamos ocupadas fazendo social...

O fim da desigualdade de pretendentes entre gays e mulheres
Para isso, propomos que toda a sociedade se engaje em um ato que coloque as mulheres em posição de igualdade na noite. Fica estabelecido que todas as festas com som bom devem ter também alguns homens héteros. Amamos os nossos amigos gays, mas é uma tremenda injustiça que só eles se dêem bem e a gente volte para casa sozinha de táxi.

O fim da falsidade na noite
Sabemos que essa é a parte mais difícil de ser alcançada. É muito difícil parar de falar: "Oooi, queridos" para pessoas que vão nos chamar de vacas e de falsas. Mas tudo pode mudar se cada um fizer a sua parte. Juramos que até vamos falar com pessoas de quem não gostamos. Mas será só um "oi" rápido.

Ninguém é obrigado a ser o melhor amigo de todo mundo
Por isso fica decidido, jurado e sacramentado, que não vamos falar das nossas vidas para alheios que não são nossos íntimos só porque eles frequentam as mesmas baladas que a gente. Esperamos que as pessoas sigam o nosso exemplo e parem de nos confessar coisas como "estou namorando o seu amigo, mas estou tendo um caso com a sua amiga" quando estão bêbadas.

Gringos pararão de ser mais bem tratados
Basta alguém dizer que um DJ da Sumatra vai tocar aqui que todo mundo acha o máximo. E onde está o nacionalismo?! Não vamos abrir as nossas pernas para um ianque só porque ele é ianque. Vamos manter relações amigáveis com membros de sociedades estrangeiras quando eles estão de férias no Brasil. Mas eles não virarão o centro das atenções só porque as pessoas estão querendo mostrar que falam bem inglês ou porque querem se hospedar de graça nas férias!

Vamos controlar nossa ansiedade nas baladas
Se não estivermos com muita vontade de sair, vamos refletir um pouco mais. Vamos jogar o I-Ching, o tarô, e ver se tem algum programa bom na TV em vez de sairmos por aí feito loucas e voltarmos às 4h da manhã meio deprês.



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