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Escuta aqui
Álvaro Pereira Júnior
Missão
intensa
"Intensa. Essa é nossa
música. Se é boa ou
ruim, o público decide.
Só digo que é intensa."
Assim Peter Prescott,
baterista do Mission of Burma, que
se apresenta no Brasil no dia 8 de
abril (em Atibaia, 60 km de São Paulo), descreve sua banda.
Ele sabe que o Mission of Burma,
tanto em sua primeira encarnação
(1979-1983) quanto na atual forma
ressuscitada, representa o alternativo do alternativo. Uma banda sem
base de fãs gigantesca. Mas cuja importância e qualidade musical se encontram na razão inversa do número de discos vendidos.
Prescott, 47, conversou com "Escuta aqui", por telefone, em seu posto de trabalho: o balcão de loja de
música Looney Tunes, em Cambridge, região de Boston, nordeste
dos EUA. "Digamos que nossos patrões são compreensivos", brinca
Prescott, falando sobre si mesmo e
sobre o baixista do Mission of Burma, Clint Conley, que trabalha como jornalista de TV na afiliada da
rede NBC em Boston.
O núcleo do MoB inclui, além de
Prescott e Conley, o guitarrista/cantor/experimentador Roger Miller, o
único que ganha a vida 100% como
músico.
Mission of Burma é uma banda
tão original que, para explicá-la, é preciso recorrer... a clichês. A palavras como
seminal, influente, angular (para descrever as guitarras).
"Quando o grupo acabou, não foi porque a gente tivesse brigado. Foi um fim
natural", explica Prescott, apontado como o pai da idéia de reformar a banda. A
história do MoB recomeçou quando, em 2001, a banda em que Prescott tocava
na época foi chamada para abrir um show do Wire, grupo inglês que tinha voltado havia pouco tempo.
Prescott chamou Conley, com quem nunca mais tinha tocado, para o baixo.
Roger Miller apareceu também. O Mission of Burma estava de volta. Ao contrário de bandas mais ou menos contemporâneas, como Gang of Four e Pixies, que
voltaram só com músicas antigas, o Mission of Burma lançou um disco de inéditas (o excelente "OnOffOn", de 2004) e já anuncia outro, "The Obliterati", para
maio. Segundo Prescott, "The Obliterati" foi gravado de uma maneira menos
tensa "e com a mente mais aberta" do que trabalhos anteriores.
É esse Mission of Burma -ciente de seu posto na história e confortável dentro
dele- que se apresenta no Brasil.
CD PLAYER
PLAY - "Cigarettes",
Clap Your
Hands Say Yeah
Canção inédita em CD, que a rádio
on-line woxy.com está tocando em
versão acústica. Melodia celestial.
PAUSE - "Kicking
Television", Wilco
Se eu disser que, dessas bandas
alt.country, minha favorita é o
Grandaddy, não o Wilco, você vai
me xingar muito?
EJECT - "Still Growing
Up" (DVD),
Peter Gabriel
Ele só não é o mais chato destroço
do rock progressivo porque existe
um cara chamado Phil Collins.
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