São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR - cby2k@uol.com.br

Internet, zero absoluto na campanha eleitoral

FICO MAL quando vejo o que rola na eleição para presidente. Não por causa de quem ganha ou perde -não apoio nem torço por nenhum candidato. Fico mal pelo papel zero desempenhado pela internet.
Lembra do Obama, azarão até dentro do partido dele, tendo de enfrentar a preferida da máquina democrata, Hillary Clinton? Pois é, foi a internet que virou o jogo.
Com um site superengenhoso, Obama montou uma fantástica fábrica de arrecadação. Usou redes sociais para formar uma base de apoio "grassroots", com pequenos grupos, em cada rua, em cada bairro, unidos em torno do seu nome.
Pode-se argumentar que não deu em nada. Que a esperança de um "wikipresidente", de uma Presidência 2.0, de uma democracia participativa on-line, não se realizou (nem dava -ser presidente dos EUA é uma terrível forma de solidão).
Mas a vitória de Obama foi um ponto de inflexão. Um cara diferente chegou lá de um jeito diferente.
E não é só coisa de americano. Na Colômbia, o segundo colocado na eleição para presidente, Antanas Mockus, era até outro dia um tremendo zé-ninguém. Até que a galera da internet abraçou sua candidatura e quase o elegeu (ele perdeu no segundo turno para um oligarca das antigas).
Engraçado que Mockus é do Partido Verde, como Marina Silva. Achava-se que ela seria uma webcandidata, um fenômeno digital.
Não foi.
Porque, no Brasil... Site eficaz de arrecadação é totalmente inútil. O dinheiro jorra fácil, sempre dos mesmo doadores "superdesinteressados" -basicamente, bancos e empreiteiras.
Presença nas redes sociais? Não, aqui eleição se ganha à base de paternalismo, carisma e cascata. E mais da metade da população, como mostrou esta semana o IBGE, não acessou a internet em 2009.
Eleição 2010? Está mais para 1910.

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Pelo conjunto da "obra".


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