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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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GAME ON

O importante é ter inimigos

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Joguei por alguns dias o game "Freedom Fighters", lançamento da competente Electronic Arts para PC, e criado pelos responsáveis por "Hitman 2". Um ponto me chamou a atenção: o inimigo. Soviéticos! Os comunistas se deram bem e invadiram Nova York!
Além desse jogo, outros me vieram à cabeça: "Command & Conquer - Generals" e "Return to Castle Wolfenstein". No primeiro, temos comunistas frios, meio bobos, brutamontes, capazes de executar tarefas militares com precisão, alto poder de fogo e profissionalismo. Os árabes são fracos e retratados como um povo preguiçoso e resmungão. Em "Wolfenstein", os alemães nazistas praticam magia negra e invocam demônios.
O que aconteceu há quase 60 anos, por mais atroz e estúpido que tenha sido na realidade, surge como fantasia.
Calma, não tenho nenhuma teoria da conspiração, acredito no humor mesmo em jogos de guerra, acho bacana derrubar um helicóptero e sei que a maioria das empresas, dos criadores e do povo que desenvolve esses jogos são norte-americanos, e é mais do que evidente que os EUA serão sempre privilegiados.
No fundo, tanto faz se o inimigo nasceu aqui ou lá, se é desse ou daquele partido ou se vira só uma fantasia chifruda. O importante é ter inimigos.
Mas, que seria bacana ter a opção de conhecer melhor a história do que está sendo representado e, quem sabe, escolher a causa pela qual morrer, isso seria.


Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br


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