São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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esporte

"Tentei pegar nuvens com minhas mãos"

JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Era outubro de 2006 e eu estava na cidade australiana de Byron Bay, lar de ripongos e viajantes do mundo todo. Às 9h, o ônibus me levou ao centro de pára-quedismo. Confesso que, mais do que animação, estava sentindo os efeitos de uma noitada com meus companheiros de albergue.
Nada mais merecido, já que passar o aniversário do outro lado do mundo, longe dos amigos, não é fácil. Por isso, os 450 dólares australianos (cerca de R$ 700) que gastei na ocasião me pareceram justificáveis. Afinal, seriam quase 4.300 metros de queda livre olhando para o mar do meu país favorito.
Subimos no avião, que parecia feito de papel, empurrado pelo vento. A adrenalina foi aumentando e, àquela altura, pular já me parecia mais seguro do que ficar naquele brinquedinho.
Fui a primeira a saltar e, sim, conseguimos dar duas piruetas no ar.
É muito frio lá em cima e a velocidade é tanta que fica difícil respirar. Mesmo gritando com todas as forças, a voz não sai. É inacreditável passar pelo meio das nuvens. Me lembro de tentar pegá-las com as mãos quando o pára-quedas abriu.
Subimos feito ioiô e tudo ficou calmo e pequenininho. As casas, os carros e as pessoas pareciam peças de Lego. Era como sobrevoar uma foto de satélite do Google. Surreal e lindo.


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