São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

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Eu protesto

JOVENS DO EGITO FORAM O MOTOR DO MOVIMENTO QUE DERRUBOU DITADOR

Marcelo Ninio/Folhapress
Riham, 15, durante protesto no Cairo

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL AO CAIRO (EGITO)

Os jovens estiveram na linha de frente dos protestos que derrubaram o ditador do Egito, Hosni Mubarak.
Foram eles que deram partida ao movimento, trocando mensagens por Facebook e Twitter para organizar o protesto de 25 de janeiro, quando tudo começou.
Num país desigual e sem liberdades políticas, governado pelo mesmo presidente por 30 anos, a queda do ditador após 18 dias de protestos surpreendeu a todos.
A praça Tahrir, na capital egípcia, transformou-se no quartel-general dos protestos e no palco do grande carnaval que tomou conta do Egito no momento em que Mubarak, 82, renunciou.
"Queremos liberdade, poder votar em eleições justas, sair sem ser incomodados pela polícia, crescer num país que nos respeite", diz Riham Hisham, 15, segurando uma bandeira do Egito.
O movimento não tem líderes, o que criou um clima ainda mais democrático. Qualquer um podia subir num dos tablados improvisados e simplesmente falar.
O protesto dos jovens contagiou os mais velhos e se espalhou pela sociedade egípcia. Meninas conservadoras com o véu muçulmano, como Riham, protestaram ao lado de outras com enormes chapéus com as cores do Egito, como se estivessem num jogo de futebol.
Os jovens transformaram a fome de liberdade em uma enorme festa popular: grupos tocavam violão e tambores, e um longo mural foi aberto para desenhos e mensagens.
Muitos jovens acamparam na praça, garantindo que só voltariam para casa quando o ditador caísse. Deu certo. "Parece que estou respirando pela primeira vez na vida", diz Maghdi Shihan, 16. "Ganhamos o país de volta."


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