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FOLHATEEN EXPLICA
Oposição exilada deve participar de processo de transição política
Quem governará o Iraque após a derrubada de Saddam?
DA REDAÇÃO
Ao mesmo tempo em que eram derrubadas
as estátuas de Saddam Hussein em praças
do Iraque, na última quarta-feira, a pergunta
que o mundo mais se fazia diante daquelas cenas era: e agora, quem vai governar o país?
No front das palavras, o governo dos EUA
adotou cautela na linguagem e insistiu que
realizara uma "liberação" do Iraque, não uma
"ocupação".
No front concreto, o plano elaborado desde
antes de o primeiro míssil ter sido lançado
contra as forças militares, os prédios ministeriais e os palácios de Saddam previa a divisão
administrativa do país em três zonas (sul,
centro e norte), que ficarão sob a responsabilidade de funcionários americanos comandados pelo general da reserva Jay Garner.
Para completar, os EUA escolheram 43 políticos iraquianos -14 no exílio e 29 no interior
do país- para participar de uma reunião no
último fim de semana na qual se discutiria o
futuro político do Iraque.
Entre eles, encontra-se Ahmed Chalabi, líder do Congresso Nacional Iraquiano (um
dos principais grupos de oposição no exílio).
Chalabi, que vivia no exílio até há poucos dias,
foi levado, com outros 700 membros de sua
organização, de volta ao Iraque pelos próprios americanos para ajudá-los a colocar fim
ao regime de Saddam e a instalar uma nova
administração.
A volta de Chalabi do exílio pelas mãos dos
americanos levantou especulações de que estaria sendo elevado a um posto fundamental
no Iraque pós-Saddam. Mas, embora ele tenha apoiadores no Pentágono, a CIA acredita
que líderes iraquianos que viviam no exílio
não terão o apoio da população.
E, para escolher lideranças internas, a situação fica ainda mais complicada porque os nomes mais preparados têm conexões com o regime de Saddam Hussein.
Alguns especialistas apostam que os americanos devem constituir, para a transição, um
governo composto por nomes da oposição
que estavam no exílio, lideranças iraquianas
tribais e religiosas que não saíram do país e até
mesmo por nomes de setores do partido
Baath (o mesmo de Saddam) que não estivessem tão comprometidos com o ditador.
Outra questão delicada é o papel que será
destinado à ONU (Organização das Nações
Unidas). Países do Conselho de Segurança
(CS) que foram contra a guerra, em especial
França, Alemanha e Rússia, querem que o organismo assuma o papel central na reconstrução do Iraque.
Mas, embora concordem que a ONU deva
ter participação, sobretudo na oferta de ajuda
humanitária e na reconstrução do país, os
EUA já deixaram claro que terão a palavra final. E defendem que a responsabilidade pelo
Iraque seja transferida, tão logo quanto possível, para as mãos dos iraquianos.
Com agências internacionais
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