|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
balada
Proibido para maiores
Sem bebida alcoólica nem adultos, matinês de São Paulo reúnem público de até 3.000 adolescentes nos fins de semana
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto não chega a
hora de freqüentar
as discotecas da noite paulistana, abertas apenas para
maiores de 18 anos, os adolescentes baladeiros se exercitam
nas matinês da cidade.
Realizadas em casas noturnas badaladas, como a Lotus e o
Cabral, ou em clubes, como o
Pinheiros e o Paineiras, elas
atraem uma horda de jovens
aos finais de semana, que chegam a ficar uma hora numa fila
para dançar música eletrônica,
black e até axé.
Essas baladas têm hora marcada para acabar (no máximo à
meia-noite), não vendem bebidas alcoólicas e adultos não são
bem-vindos -o limite de idade
varia de 16 a 18 anos (veja quadro ao lado).
"Depois de uma semana de
estudos, provas, superconcentrada, preciso me divertir",
conta Brenda Mayer, 13, que
freqüenta a domingueira da
Lotus.
Para conseguir autorização
da mãe para freqüentar a balada, ela precisa mostrar resumo
dos estudos da semana.
Com que roupa?
A escolha do figurino é um
processo delicado e leva cerca
de uma hora. Quando fica na
dúvida entre vários looks possíveis, Brenda fotografa as opções com seu celular e as envia
por e-mail para as amigas opinarem.
Já Julia Sabino, 14, amiga de
Brenda, escolhe a roupa com
um dia de antecedência. "Muito brilho à tarde não tem a ver.
Prefiro uma roupa básica, que
seja bonita e confortável", diz a
estudante, que usava jeans e
top na última matinê da Lotus.
Para as modelos Nadine Oliveira, 15, Mariana Coelho, 15,
Caroline Brognole, 14, e Anne
Ludescher, 14, a matinê é a única opção de balada.
"Por conta da nossa profissão, a gente não pode sair à noite e temos que dormir cedo. Se
a gente não respeitar, fica cheia
de olheira e não dá para trabalhar", diz Nadine, que vai à matinê para dançar.
Já o estudante Breno Vilhena, 13, confessa que a pista de
dança não é o seu principal interesse nas matinês. "Eu venho
para dançar e para beijar", diz.
Texto Anterior: Aula de história Próximo Texto: Meninos querem beijar várias Índice
|