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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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02 NEURÔNIO

A loucurama das liquidações

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA

Depois de maratonas de desfiles de moda e de bazares descontrol, estamos com ressaca fashion. Não sabemos mais o que vamos usar na próxima estação. A overdose de tendências e modelos fundiu nosso cérebro!
E também não sabemos o que vamos usar hoje nem amanhã. Afinal, acabamos de entupir nossos armários com artigos para o inverno comprados nas araras das pechinchas.
Sim, é tempo de saldão, de "sale" (meu Deus, por que nos últimos tempos eles decidiram escrever liquidação em inglês?), de descontos luxuosos e de compras inúteis por compulsão.
Antes de você se jogar nas perigosas (e preciosas) liquidações, aqui vão nossas dicas sinceras -de quem já passou por isso, sim. Ninguém é mais maníaca por descontos que a gente.

Saiba a diferença entre bazar e liquidação
Liquidação é quando os preços estão com 50% de desconto. Bazar é uma loucurama quando as roupas estão jogadas em caixas de papelão com dizeres absurdos do tipo "tudo a dez real", e as mulheres já perderam a compostura e estão se engalfinhando por causa de uma blusinha. Qual preferimos? O bazar: além de ser mais barato, é mais emocionante!

Conte vantagem
Qual é a graça de ter voltado para casa com arranhões depois de brigar com uma passante por causa de uma saia a R$ 15? Fazer inveja às amigas, óbvio. Claro que as pessoas finas acham que você deve evitar confessar que aquele modelo custou uma pechincha. As pessoas finas acham que devemos ser cool e, quando alguém disser "que linda a sua blusa", em vez de dizer que "custou só R$ 5", prefira algo como "obrigada!". Como não somos finas a esse ponto, contamos vantagem das compras baratucas.

Tenha sangue-frio
Dependendo da liquidação, as roupas continuam caras mesmo depois de um descontão! E ficamos com raiva quando o vendedor diz. "Antes custava R$ 10 mil. Agora só custa R$ 2.000". Tanta raiva que temos vontade de descontar em alguém. No vendedor, por exemplo. Nessa hora, é melhor ter sangue-frio e dizer alguma mentira ótima do tipo "vou dar uma pensadinha".

Desligue seu detector de peças caras
Sempre que entramos em uma liquidação, somos atraídas até uma arara luxuosa de peças que não estão em liquidação. Esse é o maior anticlímax que podemos imaginar, depois de uma broxada. Por isso, quando entrar numa "liqui", ligue-se que aquela arara inatingível sem nenhuma mulher com uma cara meio transtornada em volta NÃO é de roupas da pechincha. E é onde estão as melhores roupas. A vida é assim, injusta.

Não se deprima...
Quando você for a uma liquidação e vir que aquela roupa que você comprou quatro meses atrás está custando um quarto do preço. Afinal, você já usou a roupa quatro meses a mais do que os pobres frequentadores de bazares!

Saiba fazer projeções
Quando vir as novas coleções em editorias de moda e na TV, tenha fé. Lembre-se de que, com sorte, você ainda estará viva nos próximos seis meses. E poderá comprar tudo no saldão!

Não passe mal
Tome uma água com açúcar, se for o caso, antes de entrar no bazar do seu estilista preferido. Isso pode evitar que você fique com os olhos arregalados e cara de pânico. E também com uma taquicardia. Isso é sério. Uma amiga nossa uma vez quase desmaiou em um bazar da Diesel (sim, fora do Brasil, existe isso).

E frequente as liquidações com gosto e sem culpa
Sim, o mundo já é muito complicado para você ficar se culpando só porque gastou uma grana comprando roupas incríveis. Na dúvida, pense que você fez bem em gastar. E o prazer que você tem depois de uma boa compra, na boa, não tem preço. Se é melhor que sexo? É tipo igual.


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