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BALÃO
Nas trincheiras do quadrinho sério
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Gibi é coisa séria. Ou não. Toda vez que
tento dizer a alguém que existe vida
inteligente nas histórias em quadrinhos
para além dos garfields e patos donalds
da vida, enfrento aquele risinho de canto
de boca, tipo, "Ah, tá..."
Saco, por que eu não ando sempre com
um exemplar de Joe Sacco debaixo do
braço?! As 200 e tantas páginas de "Palestina: Uma Nação Ocupada" ou, quem sabe, de "Área de Segurança: Gorazde" já
seriam de bom tamanho, com seus pulitzers, harveys, eisners e sei lá mais que
"awards" que os quadrinhos geo-político-jornalísticos desse autor americano já
lhe renderam.
"Está vendo aqui, mãe: isto é um "quadrinho-reportagem'! Melhor do que a
CNN que a senhora assiste ou do que o
jornal que a senhora lê!" Sacco, desenhista formado em jornalismo em Nova
York, "cobriu" a primeira Intifada, a
guerra da Bósnia e, agora, voltou à Faixa
de Gaza para acompanhar o processo
nada colorido de retomada das negociações de paz na região.
Sua última "notícia" saiu na edição de
6/7 da revista do "The New York Times"
(www.nytimes.com/magazine). Tem
seus dois livros publicados no Brasil pela
editora Conrad e, em breve, deve nos
brindar com um novo "documentário
em quadrinhos" sobre a sua última visita
ao Oriente Médio. Comece já a campanha: "Ponha o Sacco na lista da Fuvest".
balao@folha.com.br
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