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ESTANTE
História de filme migra das telas para um livro de abordagem direta
Se você presta atenção nas coisas
da cultura brasileira, é possível
que tenha ouvido falar da censura
ocorrida contra o livro "Canto dos
Malditos", de Austregésilo Carrano
Bueno, que foi proibido de circular
porque, supostamente, ofendia um
sujeito, um médico, que teria sido
responsável por impor um tratamento psiquiátrico inadequado a
um jovem envolvido com drogas.
O enredo lhe parece familiar? Talvez sim, porque essa história de jovem envolvido com drogas que é
submetido a internação brutal e a
processo pavoroso andou por aí,
nos cinemas, no premiado "Bicho
de Sete Cabeças", de Laís Bodansky,
estrelado por Rodrigo Santoro.
Tão premiado e tão forte que mereceu um tratamento raro entre
nós: o roteiro original do filme, escrito por Luiz Bolognesi, ganhou
edição em livro, com o mesmo título do filme. Você já viu como é isso?
Vale a pena, porque num roteiro
vem o enredo que poderia estar desenvolvido num romance, mas que
recebe ali um tratamento específico,
apenas com as indicações das cenas
(se é dia ou se é noite, se a cena é interna ou ao ar livre) e os diálogos.
Isso quer dizer que a leitura é mais
direta, sem a mediação da psicologia dos personagens. E, no caso deste filme, com sua carga tremenda de
sofrimento, esse ritmo proporciona
uma leitura trepidante, discutindo
um tema que está em todas as cidades e em todas as classes: a droga e
os modos de lidar com ela.
E-mail: fischerl@uol.com.br
"Bicho de Sete Cabeças:
Roteiro do Filme Dirigido
por Laís Bodansky"
Autor: Luiz Bolognesi
Editora: 34
Quanto: R$ 23
Eu leio
Cazé apresentador da MTV
"A Euforia Perpétua", Pascal Bruckner "Um ensaio sobre o dever da felicidade, sobre como ela foi se transformando e, com o tempo, passou a ser um dever e, depois, um fim em si mesmo."
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