São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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livros

Casamento moderno

Seis cânones da literatura brasileira ganham nova leitura por meio de HQs

LUANA VILLAC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Clássicos da literatura adaptados para os quadrinhos viraram moda no mercado editorial brasileiro nos últimos anos.
Essa explosão do gênero traz muito joio com o trigo. Vários volumes, para não trair a função paradidática que imaginam ter, acabam sendo puritanos demais e ficam no meio do caminho, deixando a certeza de que o melhor é ler a obra original, ou então um gibi honesto.
A coletânea "Domínio Público: Literatura em Quadrinhos - v.1", que retorna às livrarias pela editora DCL depois de ter sido lançada de forma independente em 2006, é um sopro de ousadia no trigal. Com ilustrações autorais, faz um casamento moderno e bem amarrado entre texto e imagem.
A coordenação do projeto é da dupla de quadrinistas pernambucanos João Lin e Christiano Mascaro, que há sete anos publicam juntos a revista "Ragú". Além deles, outros quatro quadrinistas talentosos -Eloar Guazelli Filho, Samuel Casal, Kleber Sales e Jarbas- emprestam seus traços a seis contos de cânones da literatura, selecionados pelo escritor Mario Helio Gomes de Lima. Leia entrevista com Mascaro.

 

FOLHA - O que se ganha e o que se perde na adptação de um clássico?
CHRISTIANO MASCARO -
Isso remete a uma questão antiga: "Se existe o trabalho original, por que adaptá-lo?" Acho que obras clássicas são ricas em possibilidades e reinterpretações. A academia resiste a essa idéia, mas artistas podem quebrar essa rigidez com criatividade.

FOLHA - Você acha que alguns autores são mais fáceis de adaptar para os quadrinhos que outros?
MASCARO -
Textos que sugerem imagens são os melhores por razões óbvias. A lógica dos quadrinhos é bem próxima da do cinema. O que conta é a força narrativa das histórias e como ela pode ser contada.

FOLHA - Temos uma carência de roteiristas para HQ no Brasil?
MASCARO -
Sim. Temos desenhistas muito talentosos. Já no campo dos roteiristas, temos "meia dúzia de três ou quatro".



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