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livros
Casamento moderno
Seis cânones
da literatura brasileira ganham nova leitura por meio de HQs
LUANA VILLAC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Clássicos da literatura
adaptados para os
quadrinhos viraram
moda no mercado
editorial brasileiro
nos últimos anos.
Essa explosão do gênero traz
muito joio com o trigo. Vários
volumes, para não trair a função paradidática que imaginam
ter, acabam sendo puritanos
demais e ficam no meio do caminho, deixando a certeza de
que o melhor é ler a obra original, ou então um gibi honesto.
A coletânea "Domínio Público: Literatura em Quadrinhos
- v.1", que retorna às livrarias
pela editora DCL depois de ter
sido lançada de forma independente em 2006, é um sopro de
ousadia no trigal. Com ilustrações autorais, faz um casamento moderno e bem amarrado
entre texto e imagem.
A coordenação do projeto é
da dupla de quadrinistas pernambucanos João Lin e Christiano Mascaro, que há sete anos
publicam juntos a revista "Ragú". Além deles, outros quatro
quadrinistas talentosos -Eloar
Guazelli Filho, Samuel Casal,
Kleber Sales e Jarbas- emprestam seus traços a seis contos de cânones da literatura, selecionados pelo escritor Mario
Helio Gomes de Lima. Leia entrevista com Mascaro.
FOLHA - O que se ganha e o que se
perde na adptação de um clássico?
CHRISTIANO MASCARO - Isso remete a uma questão antiga: "Se
existe o trabalho original, por
que adaptá-lo?" Acho que obras
clássicas são ricas em possibilidades e reinterpretações. A
academia resiste a essa idéia,
mas artistas podem quebrar essa rigidez com criatividade.
FOLHA - Você acha que alguns autores são mais fáceis de adaptar para os quadrinhos que outros?
MASCARO - Textos que sugerem
imagens são os melhores por
razões óbvias. A lógica dos quadrinhos é bem próxima da do
cinema. O que conta é a força
narrativa das histórias e como
ela pode ser contada.
FOLHA - Temos uma carência de roteiristas para HQ no Brasil?
MASCARO - Sim. Temos desenhistas muito talentosos. Já no
campo dos roteiristas, temos
"meia dúzia de três ou quatro".
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