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música
Na cola de Kurt
Passeie pela Seattle de Kurt Cobain e
pelos lugares que mudaram a história do rock
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SEATTLE (EUA)
Se você acha que foi o
espírito de Ian Curtis
(Joy Division) que
voltou a assombrar a
cultura pop, é melhor
olhar de novo. Pouco mais de 13
anos depois do tiro que matou
de uma vez só o guitarrista Kurt
Cobain, o Nirvana, o grunge e a
última grande revolução do
rock, o Folhateen foi até Seattle, nos EUA, seguir os passos
da ascensão e queda do mito
Nirvana. Visitou do lugar do
primeiro show da banda na cidade até a casa onde Kurt Cobain se suicidou, em abril de
1994. E constatou de perto: Cobain está, digamos... bem vivo.
Não acredita? A Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo programou a exibição do
já famoso documentário "Kurt
Cobain - About a Son", tocante
entrevista com o líder do Nirvana recolhida das mais de 25
horas de conversas entre o jornalista Michael Azerrad para
seu livro "Come As You Are - A
História do Nirvana", agora
transformadas em filme.
Paralelo a isso, na semana
que vem, mais exatamente na
quinta, dia 25, a esperta banda
indie paraibana Zefirina Bomba (www.myspace.com/zefirinabomba) toma o clube paulistano Milo Garage para executar um show inteirinho só
tocando Nirvana.
Quando novembro chegar,
chega também às lojas, finalmente, a versão em DVD do
marcante "Unplugged" do Nirvana, talvez o mais famoso
acústico da MTV americana.
Lançado só em disco em 1994,
o DVD vai ter bastidores, entrevistas, ensaios da banda e
duas músicas que não apareceram no especial da TV à época
(leia texto à pág. 8). A gravadora Universal não tem o acústico
em sua planilha de lançamentos deste ano, mas isso não
quer dizer que o DVD não tem
chance de ser sair aqui logo.
Sim, Kurt Cobain também
está na moda. A pomposa revista masculina "GQ" saiu com
um especial "Style", na Inglaterra, dizendo que, para ser um
"new macho" hoje é preciso se
inspirar em caras "intensos e
extremos" como Kurt Cobain.
Kurt Cobain está na TV. Depois de o badalado seriado misterioso "Lost" ter colocado
Nirvana para tocar ("Scentless
Apprentice") em uma cena do
final da terceira temporada, a
série criminal "Cold Case" escalou oito canções da banda
para servir de trilha de seu episódio de estréia da nova temporada, que foi ao ar nos EUA
no final de setembro e estréia
aqui no dia 5 de novembro.
Também no cinema, o polêmico "Shoot'em Up", provavelmente o filme mais violento da
história, estréia no Brasil, com
o nome de "Mandando Bala",
no dia 2 de novembro. Ele traz
em sua movimentada cena de
abertura a música "Breed" tocada em volume bem alto.
Na cidade de Seattle, no Estado que fica na ponta esquerda
de cima do mapa americano
-chamada de "um dos cantos
do mundo" e de "a Liverpool
dos anos 90", por causa da revolução grunge-, o Folhateen
percorreu os 11 pontos da chamada Nirvanapalooza, um tour
informal pelos lugares da história da banda de Cobain.
A belíssima casa perto do lago Washington, onde Kurt Donald Cobain acabou a bala com
essa história de ele ser "a voz de
uma geração", aos 27 anos, hoje
é toda cercada e intransponível, para afugentar os fãs saudosos. Até o número 171 de sua
localização foi arrancado, para
confundir "visitantes".
Colado à ex-mansão de três
andares de Cobain está o parque Viretta, onde o roqueiro
costumava levar a pequena
Frances Bean para passear, sua
filha com Courtney Love, sua
mulher na ocasião da morte.
Love jogou parte das cinzas
do marido na grama do Viretta
Park, fazendo do lugar uma espécie de "cemitério" informal
de Kurt. Nos dois bancos do
parque, todos pichados com
mensagens para Kurt escritas
em várias línguas, até hoje são
colocadas oferendas, bilhetes e
pequenos presentes.
Um dos lugares a ser visitados é o Central Tavern, um bar
localizado no centro antigo de
Seattle e que, diz a lenda, seria
o lugar do primeiro show do
Nirvana, não fosse a total falta
de público para a "estréia" da
banda em Seattle (o Nirvana,
na verdade, foi formado em
Aberdeen, cidade vizinha).
Os atendentes do bar dizem
que não têm a menor idéia de
que o Nirvana estava escalado
mesmo para tocar nesse tal 17
de abril de 1988. Mas a história
foi confirmada depois pela
banda. O certo é que alguns
meses depois o Nirvana voltaria ao Central Tavern para tocar num showcase armado com
algumas bandas para executivos da gravadora Sub Pop.
Aí, sim, o Nirvana sairia do
Central Tavern feliz, com seus
instrumentos. E com um contrato na mão que mudaria totalmente a sua história e a do
rock naquele momento.
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