|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Imperador adolescente
NO DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, CONHEÇA A FACETA TEEN DE DOM PEDRO 2º, EXPULSO DO BRASIL NESTA MESMA DATA
DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO
Quando foi coroado imperador do Brasil, dom Pedro 2º
(1825-1891) tinha mais sobrenomes do que anos de idade.
Eram 14 anos. E 16 nomes:
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula
Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga Bragança.
E não era só a assinatura
dele que era grande mas também a responsabilidade.
É esse garoto que aparece
em "O Príncipe Triste".
Apreensivo. Cansado. E,
principalmente, solitário.
"Dom Pedro 2º era um homem trágico, um órfão criado sozinho em um palácio",
diz Rui de Oliveira, 68, ilustrador do livro. "Ele não era
um homem de brincadeiras."
Rui escolheu o imperador
como tema da obra não apenas por admirá-lo. De certa
maneira, dom Pedro 2º fez
parte da juventude do artista.
Quando adolescente, Rui
foi vencedor de um concurso
escolar de cartazes. O prêmio: visitar o Palácio Imperial, em Petrópolis (RJ).
"Eu era um jovem pobre,
solitário, suburbano -aquilo
era outro mundo para mim,
me impressionou muito."
É com essa experiência
que ele inicia o livro. Mas o
personagem principal, em
vez de ser ele, é a sua mãe.
Estudante do colégio Pedro 2º, tradicional no Rio de
Janeiro, durante uma visita
ao palácio ela entra na sala
do trono e conversa com o
príncipe prestes a ser coroado. Em seguida, o encontra
décadas depois, antes de ele
ser banido do país.
Em 1889, o Brasil virou república, e dom Pedro 2º foi
exilado em Portugal. É a data comemorada hoje.
FANTASIA
O bate-papo entre estudante e imperador é irreal do
ponto de vista histórico. Mas
funciona na obra como elemento de fantasia.
Rui, que já recebeu quatro
prêmios Jabuti, usa duas técnicas de ilustração no livro.
Em parte dele, usa aquarela.
No restante, tinta acrílica,
com capricho nas texturas.
"Quis diferenciar seda, linho, cetim...", explica o autor, que já ilustrou mais de
uma centena de livros.
"O Príncipe Triste" foi escolhido para o PNBE (Programa Nacional Biblioteca
da Escola) de 2011, para ser
comprado por escolas públicas de todo o país.
"O PRÍNCIPE TRISTE"
AUTORES
Rui de Oliveira e Lília Mortiz Schwarcz
EDITORA
Editora DCL (40 págs.)
QUANTO?
R$ 25,90
Texto Anterior: Crítica/Cinema: Prepare-se para a tristeza que domina "Harry Potter e as Relíquias da Morte" Próximo Texto: Enem reprovado? Índice | Comunicar Erros
|