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sexo e saúde
Sexo oral sem camisinha oferece riscos
"Dá para pegar Aids ou
qualquer outra DST fazendo sexo oral sem camisinha, mesmo sem
ejacular e sem deixar
sair aquele líquido
transparente do pênis?
Um garoto de 16 anos
que gosta de garotos pode vir a gostar de garotas? Isso pode ser só uma
fase? Qual é a melhor
maneira de contar para
amigos e parentes?"
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
O sexo oral sem proteção traz risco, sim, de
transmissão de DSTs e de Aids, mesmo sem
ejaculação ou líquido transparente. Mas como
calcular esse risco? É algo muito difícil já que
há variáveis em jogo (tipo de DST, carga de vírus ou bactéria, estado do sistema de defesa da
pessoa, frequência da prática, troca de secreções, presença prévia de outras lesões etc.).
O que se sabe é que o risco é menor do que fazer sexo vaginal ou anal sem proteção, mas é
maior do que se forem adotadas medidas de
proteção em todas as práticas sexuais. Pesquisas mostram surtos de gonorréia e de sífilis em
determinados grupos, na Europa e nos EUA,
que têm relação direta com prática de sexo oral
desprotegido. Que tal evitar esse risco? Camisinha com sabor e filme plástico são aliados.
Garotos de 16 anos podem ter dúvidas em relação à sua orientação sexual (gostar de homem ou de mulher)? Lógico que podem. Se
existe uma fase da vida em que essas confusões
são mais comuns, essa fase é a adolescência.
Curiosidade, busca de novos limites, timidez
em chegar no sexo oposto e maior intimidade
com pessoas do mesmo sexo podem fazer com
que experiências eventuais aconteçam. Mas
apenas essas experiências não definem alguém
como homossexual. A permanência de um desejo por alguém do mesmo sexo também pode
começar a acontecer na adolescência. Só o
tempo, as emoções e as experiências vão definir para onde aponta mesmo o desejo.
Independentemente de gostar de meninos,
de meninas ou dos dois, o importante é que essa seja uma posição verdadeira. Nada pior do
que ficar vivendo uma situação irreal só para
atender às expectativas dos outros.
E, afinal de contas, contar ou não para amigos e parentes? É legal ter alguma certeza para
comunicar isso às pessoas. Dividir dúvidas e
conflitos também é importante, mas a escolha
do interlocutor tem de ser cuidadosa para evitar pessoas que tomem decisões por você ou
que se julguem donas da verdade.
Contar é uma decisão que exige maturidade
e calma. Tem de saber quando contar e para
quem contar uma emoção tão íntima e importante. As pessoas precisarão de um tempo
para lidar com essa
novidade. É preciso
ter paciência!
Jairo Bouer, 37, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou para jbouer@uol.com.br
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