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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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02 neurônio

Nosso balanço de fim de ano

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA

"Se eu fosse você, aproveitaria que o ano está no fim e ficaria com um monte de caras para melhorar o placar." Esse foi o conselho dado por um amigo desta coluna para uma de nós, que, por motivos óbvios, não vai se identificar.
Estamos no momento de balanço do ano, o que é péssimo. Balança e quase cai. É bem pior do que início de ano, quando começamos a fazer promessas que nunca cumprimos. Mas, como sempre, achamos (ou fingimos que achamos) que cumprimos tudo... Começo de ano sempre tem aquela aura de esperança. Final de ano não.
Neste momento, começamos a contar com quantos caras ficamos no ano que correu. Quantos namorados tivemos? Algum valeu a pena? E o drama? Será que vamos passar de novo o ano novo sozinhas? Será que uma de nós vai agarrar o mesmo cara que agarrou no Réveillon do ano passado e tudo deu errado? Será que outra de nós vai conseguir passar a virada com o namorado em paz?
Pânico. Tentamos disfarçar a ansiedade e descontamos a agonia na compra de agendas para o próximo ano. Na linha "esperança", realmente achamos que vamos anotar nossos compromissos numa agenda.
O balanço continua. Lançamos um livro e um programa de TV. Isso é ótimo. Por conta disso, trabalhamos, trabalhamos e trabalhamos. Será que foi demais? Pânico!
E o medo só aumenta quando nos lembramos de outras coisas. Quantas amnésias alcoólicas tivemos? Quantos micos públicos? Quantas vezes brigamos com nossas mães? E quantas vezes mentimos e fomos falsas e uós. Fora quantos modelos errados usamos. Quantas roupas inúteis compramos.
Pânico. E não dá para saber nem mesmo se o ano foi bom... Mas tudo melhora quando pensamos em quantas vezes falamos a palavra Iggy Pop, no quanto dançamos alegres vendo os 2Many DJs, em quantas vezes tentamos dançar funk inutilmente. E quantos shows de rock vimos...
Vamos trabalhar tensas e confusas. E riscamos nosso calendário como presidiários que contam os dias que faltam para a liberdade.
A única saída: fazer uma boa macumba.
E que, no ano que se aproxima, moshs não faltem em sua vida!


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