Aos 20 anos, o paulista Torino mira longe e pretende ser versão nacional de Lady Gaga e Michael Jackson

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Torino, 20, segue pelo corredor de seu apartamento, no bairro nobre de Higienópolis, em São Paulo, e encontra a estilista Mara Maia na cozinha. "Mãe, vem ver se minha roupa não está ficando amassada...?", pede.
A preocupação do garoto é sair bem na foto que ilustra este texto. Torino sobe na cama, senta-se em uma cadeira e faz pose, como se já estivesse acomodado no trono que quer ocupar: o da música pop.
O tamanho da tarefa só é comparável à autoconfiança do rapaz. "Sou autodidata em violão, guitarra, teclado e piano, e canto muito bem", diz. "Mas ninguém nunca me disse isso, tive de descobrir sozinho."
Natural do interior de São Paulo, Torino -este é seu nome; o sobrenome, ele não revela- mudou-se para a capital aos 15 e, desde então, mora só. Nessa época, começou a compor. Três anos depois, decidiu ir para Londres gravar seu primeiro álbum. Deu errado.
"Fui recusado na imigração", conta. "Eu me vestia de um jeito diferente e eles sacaram que eu era artista."
Decidiu ficar no Brasil e, hoje, procura alguém que se interesse por seu trabalho. E avisa: "Tem que ser uma gravadora "major", que se proponha a me lançar internacionalmente". Toda essa segurança já causou problemas para Torino. Por exemplo, o título de "rei do pop", que já esteve em seu site (www.myspace.com/torinosongs), trouxe atritos com os fãs de Michael Jackson -para os quais o rótulo ainda pertence ao artista morto este ano.
Para evitar a polêmica, tirou o "do pop" e deixou o "rei".
E o garoto segue confiante. No mês passado, pagou R$ 15 mil pelo aluguel do palco de um hotel chique paulistano e se apresentou para cerca de 450 pessoas -a divulgação foi feita por meio de "flyers" e pela internet- com duas dançarinas e um telão. Trocou de roupa cinco vezes durante o show.
A preparação exigiu três anos de ensaio. E o dinheiro saiu do bolso dos pais.
Como Torino diz, "o sucesso não vem com manual de instruções". Mas, no que depender dele, alguma hora, chega.


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