São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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COMPORTAMENTO

de porto em porto

Conhecer novas culturas é a principal vantagem para os teens que não param em canto nenhum

Anderson Schneider/Folha Imagem
Filha de diplomata, Mariana, 16, fala quatro línguas

IURI DE CASTRO TÔRRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Jonathan Müller, 16, nasceu em Joanesburgo, na África do Sul. Aos três anos, mudou-se para Munique, na Alemanha, onde passou sete anos. De lá, foi para Tóquio, no Japão, antes de chegar a São Paulo, em 2007.
Carlos Eduardo Fantini, 16, nasceu em Três Corações (MG), mas só morou lá por dois meses -foi para São Miguel do Oeste (SC), onde passou dois anos antes de se mudar para o Rio de Janeiro por um ano.
A peregrinação do adolescente passou ainda por Amambai (MS), por Brasília e por Campinas (SP).
"É difícil se adaptar", diz Mariana Lyrio, 16. Ela já morou nos Estados Unidos, na Argentina e na China. "Agora, estou bem em Brasília."
Além da idade, os três têm em comum os motivos de tantas mudanças: a profissão de seus pais. Eles são filhos de diretor de empresa internacional, de militar e de diplomata, respectivamente.
Para os jovens, largar tudo para trás para acompanhar a família é, acima de tudo, um aprendizado -com pontos bons e outros... nem tanto.
Mariana diz que aprender novas línguas é a melhor parte em sua vida de "andarilha". Ela é fluente em francês, espanhol e inglês, além de arriscar algumas palavras em mandarim.
"As perspectivas educacionais e profissionais aumentam", diz Rafael Doratioto, 19, que é filho de diplomata e morou no Paraguai e na Suíça.

Hora do adeus
"Dar tchau para os amigos" foi a resposta mais ouvida pelo Folhateen para a pergunta: "Qual a pior parte de não parar em canto nenhum?"
Gabriel Lundgren, 16, filho de um coronel do Exército, tenta manter contato com os amigos que fez em Recife, Palmas, Washington (EUA) e Brasília. "Mas é difícil", reconhece.
Fantini deixou uma namorada em Campinas. "Namoramos dois anos à distância, mas não deu certo", conta.
Leonardo Puntel, 21, que já acompanhou o pai, almirante da Marinha, a São Francisco e Virgínia (EUA), Natal, Brasília e Rio Grande (RS), é mais prático: "Nem namorava, para não ter de me separar".

Cada um, cada um
"Aproveitar a experiência depende da idade da pessoa e da cidade", diz Leonardo. Ele não gostou de morar em Rio Grande aos 16 anos. "Não tinha nada de bom para fazer", diz.
Seu irmão mais novo, Luiz, que na época tinha 12 anos, adorou. "Fiz vários amigos e já voltei para visitá-los", conta.
"Não tenho um lugar no mundo", diz Jonathan, filho do diretor de uma empresa alemã. Para ele, mudar-se é, principalmente, uma oportunidade de conhecer novas culturas. "Todos os povos são diferentes e pude ver como é cada um."


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