São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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SEXO E SAÚDE

JAIRO BOUER

Ejaculação muito próxima à vagina gera risco de gravidez

"Tenho 15 anos, namoro há 8 meses e sou virgem. No último sábado, a coisa esquentou. Fomos mais longe, mas não houve penetração. Só que ele gozou na minha vagina. Tenho alguma chance de engravidar dessa forma?"

Lá vamos nós de novo para mais um puxão de orelha: não dá para brincar dessa forma sem ter um mínimo de cuidado e prevenção, não é mesmo?
Você já sabe que a forma mais comum de uma garota engravidar é ter uma relação sexual completa (pênis na vagina) sem proteção e sem a utilização de método anticoncepcional. Camisinha masculina, camisinha feminina, diafragma, DIU, pílula, injeções, implantes, todas essas são formas de impedir uma gestação indesejada. Sem elas, você corre riscos, sim.
O risco de gravidez indesejada é maior nas relações com penetração que resultam em uma ejaculação (sêmen liberado no interior da vagina). Outras formas de contato sexual, embora com menor risco, também trazem alguma chance de gravidez. Sabe quais são?
Em primeiro lugar, há a situação que você acabou de contar: o garoto ejacula na entrada da vagina ou em alguma região muito próxima a essa entrada. Outra possibilidade é a relação em que o garoto faz penetração, mas ejacula fora da vagina, que é chamada de coito interrompido.
Quando a ejaculação ocorre na entrada da vagina, o sêmen pode escorrer para o interior do órgão e os espermatozóides teriam a possibilidade de progredir em seu trajeto. Isso pode acontecer mesmo em garotas virgens, já que a presença do hímen não "fecha" totalmente a vagina (não esqueça que o hímen tem um ou mais orifícios). É claro que o risco de isso acontecer é menor, mas existe alguma chance, sim.
No caso da transa em que o garoto goza fora, pode haver escape de espermatozóides nos líquidos que saem do pênis mesmo antes da ejaculação, os quais também poderiam progredir (já que estão dentro da vagina) e eventualmente fertilizar um óvulo. A quantidade de espermatozóides que podem escapar nessa situação é bem menor do que na ejaculação, e o risco, portanto, também é mais baixo. Mas é preciso dizer que ele existe!
Além do risco da gravidez indesejada, essas duas formas de relação sexual também trazem o perigo da contração de uma doença sexualmente transmissível e de Aids. Isso porque há o contato direto entre a mucosa (revestimento interno do corpo) e as secreções.
Para esclarecer essa história, o mais legal é você procurar um ginecologista que faça uma avaliação real dos riscos e que ele peça exames se achar necessário. E daqui para a frente vamos tentar temperar esses momentos mais quentes do namoro com um pouco mais de cuidado. Não é difícil: use camisinha e escolha, em conjunto com seu médico, um método anticoncepcional que se adapte a você.


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