São Paulo, segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

Terremoto de notícias

Se você é estudante de jornalismo a fim de aprender alguma coisa, um toque: esqueça o que "ensinam" na faculdade e preste atenção na cobertura da CNN sobre o terremoto no Haiti.
Menos de 24 horas depois de Porto Príncipe ser sacudida, a rede americana já estava com pelo menos quatro repórteres ali, todos vindos dos EUA. Isso sem falar nas dezenas de técnicos, de produtores e de editores de imagem que certamente também foram deslocados.
Sabe-se lá como, na noite seguinte ao desastre, já estavam entrando ao vivo em áudio e vídeo, editando reportagens, enfim, dando um show de telejornalismo.
Um cético pode dizer: grande coisa, os EUA ficam muito perto do Haiti e, com o dinheiro da CNN, qualquer um faria uma megacobertura. Nada disso. A principal concorrente da CNN, a FoxNews, também tem dólares às toneladas, e deu vexame.
Enquanto o fenomenal Anderson Cooper, da CNN, apresentava seu programa, "360º", ao vivo de Porto Príncipe, sabe o que a FoxNews, jeca e provinciana, transmitia? Um debate sobre os problemas de audiência do programa de entrevistas de Jay Leno (que foi mudado de horário e fracassou).
Estou na Costa Rica, e o hotel não tem a terceira rede de TV de notícias dos EUA, a MSNBC. Acho difícil que tenha chegado aos pés da CNN.
O próprio Anderson Cooper disse no ar: "Isso é o que a gente sabe fazer melhor". Ele se referia, é claro, à cobertura de grandes eventos, que exigem agilidade, reação rápida e domínio total da infraestrutura de TV.
Pode ser que, no dia a dia nos EUA, a FoxNews esteja dando uma canseira em audiência na CNN. Mas, na hora em que o bicho pega, na hora em que a história tem H maiúsculo, o mundo sintoniza a CNN.
Não há como não admirar esses caras.

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Além de tudo, os caras montaram um esquema bacana de ajuda ao país: cnn.com/impact

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Fotos do Haiti
A fotografia digital a serviço do jornalismo. Ficou mais fácil fotografar bem em condições adversas: is.gd/6ezi2

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Na Costa Rica, se você quer saber o que se passa no mundo, não é a TV local que vai ajudar


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