São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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Tecnologia

A vingança dos nerds

CARLOS MINUANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Diferentes tribos que habitam a rede virtual, apesar de não muito acostumadas a se misturarem, acamparam, literalmente, durante sete dias na primeira edição brasileira da Campus Party, realizada até ontem na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.
Considerado um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, o encontro reuniu milhares de nerds, geeks, gamers, blogueiros, entre outras turmas, que se espalharam por palestras, oficinas e competições em diferentes áreas como robótica, game, modding, software livre, música, blog, desenvolvimento de softwares e simulação.
Jovens de todas as regiões do país migraram carregando computadores e mochilas para trocarem experiências e conhecimentos sobre o universo tecnológico. De um total de 3.000 inscritos, quase 2.000, segundo a organização, decidiu acomodar-se nas 900 barracas instaladas no pavilhão da Bienal. Por motivos óbvios, o evento ganhou o apelido de "Nerdstock".

Comunicação em rede
Reunir os mais variados tipos de aficionados por tecnologia, combinando diversão e conhecimento, foi a principal proposta do evento, explica o sociólogo Sergio Amadeu, diretor de conteúdo do Campus Party Brasil. O sociólogo participou como convidado da última edição espanhola, em Valença, onde o evento é realizado desde 1997.
Desde então, Amadeu começou a pensar como seria a edição brasileira do encontro. "Acrescentamos alguns elementos que não existiam na versão espanhola, como as áreas de música e blog". Inovaram também na construção da programação -aqui elaborada de forma coletiva com as comunidades virtuais. Tudo por meio da comunicação em rede.
O técnico de informática, Éder Ramos, 25, fez parte da organização colaborativa. Durante três meses ele reuniu um grupo de gamers para participar do evento. "Formamos um clã uniformizado e conseguimos até comprar uns brindes pra galera", conta.
Apesar de dormir pouco e terminar a semana sem voz de tanto gritar nos torneios noturnos de game, Ramos diz que repete a dose no próximo ano. Outro que promete voltar é Jader França, 16. No caso dele, além da distância -mora na Paraíba, foram cinco meses para convencer o pai a acompanhá-lo. "A sorte é ele curtir tecnologia", comemora o garoto.

Críticas
Se não faltaram elogios, críticas também pipocaram. Imprevistos como o cancelamento do torneio de Counter-Strike, devido à recente proibição do jogo no Brasil, e falhas no credenciamento esquentaram os ânimos dos participantes que, em alguns casos, enfrentaram horas de fila.
No caso da estudante Eveline Marques, 19, o problema foi uma dieta, não planejada, que teve que fazer. Ela ganhou a inscrição em uma promoção, veio de Goiânia para o evento, porém esqueceu de pagar a alimentação. "Quando fui imprimir o boleto, já não estava disponível". A jovem reclamou da falta de opções. "Os outros locais eram muito caros e distantes".


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