|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Último episódio da saga "Guerra nas Estrelas", lançada nos anos 70, deixa fãs em polvorosa no mundo todo; e Darth Vader "fala" com o Folhateen
Culto nas estrelas
Divulgação
|
Os Jedis Obi-Wan (Ewan Mc Gregor) e Anakin Skywalker (Hayden Christensen), prontos para a luta |
SÉRGIO DÁVILA
DA CALIFÓRNIA
A poucas semanas da estréia do sexto e último episódio da saga
"Guerra nas Estrelas", os fãs já começaram a fazer uma fila a partir da bilheteria do Chinese Theater, em Hollywood.
"Guerra nas Estrelas: Episódio 3 - A Vingança dos Sith" estréia mundialmente no
dia 19 de maio.
E muito provavelmente não será exibido
neste cinema vermelho com detalhes dourados, o mais tradicional de Hollywood,
encravado numa parte decadente mas turística da cidade, com o Kodak Theatre, de
onde a cerimônia do Oscar é transmitida.
A Fox, a distribuidora do filme, e uma rede de cinemas confirmam que a estréia deve ser mesmo no Arclight, a dois quilômetros do Chinese, no Sunset Boulevard. Não
importa. Os fãs querem estar lá, "fazer parte". "Eu não saio daqui", disse Jerry Anderson, que participa do site www.linin
gup.net, cujo slogan é "a fila começa aqui"
e que transmite a movimentação ao vivo 24
horas via webcam. "É uma honra ficar na
fila por algo em que eu acredito", disse ele,
que é vendedor em uma loja de roupas.
Enquanto isso, longe dali, como diziam
as locuções dos seriados antigos, milhares
de fãs se preparam para o encontro "Celebration III", uma mistura de festival de cinema com homenagem que começou em
1999, com a decisão de George Lucas de retomar a então trilogia de "Guerra nas Estrelas" e explicar o que teria vindo antes,
criando assim o conceito cinematográfico
que, na falta de tradução exata para o português, virou "preqüela" ("prequel", em inglês, neologismo a partir de "sequel", ou "continuação.
O encontro acontece a partir desta quinta-feira em Indianápolis, no Estado de Indiana, e o próprio diretor prometeu dar as
caras, em sua primeira aparição no evento,
que deve atrair 25 mil fãs e pelo menos 50
atores e técnicos que participaram de algum dos seis filmes, entre eles Hayden
Christensen (Anakin Skywalker/Darth Vader) e Jake Lloyd, que interpreta o jovem
Anakin no "Episódio 1".
Mas o que a tropa toda vai fazer, além de
se fantasiar de personagens? A resposta é
simples, ver filmes feitos sobre ou em homenagem à saga.
Além disso, visitar a exposição "As tatuagens de "Guerra nas Estrelas'" e participar
da "Caçada aos Andróides", tendo antes
que se inscrever na 501ª Legião, que organiza a brincadeira e vai distribuir crachás aos
participantes, segundo o organizador,
Dean Plantamura, denominado diretor da
501ª. Também assistir às obras dos participantes do Official Star Wars Fan Film
Awards, que criou o conceito de "fan film",
ou filme de fã, todas obras monotemáticas
e uníssonas em torno da saga lucasiana.
"Fazer parte" é a definição de "religião",
que viria do latim "religare", ou voltar a se
conectar. Números romanos, como em
"Celebration III", costumam acompanhar
os nomes dos papas, como o daquele que
morreu no último dia 2 e provavelmente o
do que deve ser escolhido nos próximos
dias, em Roma. As referências religiosas
não são gratuitas. É um culto o que une milhões de pessoas no mundo inteiro em torno de uma série de filmes que estreou
quando a maioria delas nem tinha nascido,
em 1977.
"Um monte de gente pode chamar a gente de babaca, mas isso realmente é a história do cinema", resume Jerry Anderson.
Texto Anterior: 02 neurônio: O homem moderno (ou o neo-homem antigo) Próximo Texto: Fala Darth Vader: Por trás da máscara Índice
|