|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Acha "galinha'? Não te merece
SILVIA RUIZ
da Reportagem Local
Em menos de 15 minutos de um
bate-papo com garotas entre 15 e
17 anos ficou claro que, apesar de
o assunto ser tratado com muita
naturalidade, na prática, a camisinha ainda causa medo, vergonha e
muita confusão na cabeça delas.
Medo de ter camisinha na bolsa e
ser chamada de "galinha", medo
de não ter e ser chamada de criança, medo de os pais descobrirem
que ela transa e até medo de encarar o caixa da farmácia na hora da
compra do preservativo.
"Já fui comprar camisinha para
uma amiga e não tive vergonha,
mas, se fosse para mim, acho que
iria morrer", diz Larissa de Freitas Rezende, 17.
Levar ou não uma camisinha na
bolsa é uma dúvida que atormenta
demais as meninas. "Várias amigas têm medo que os garotos pensem que elas transam com todos
só porque elas carregam uma camisinha na bolsa", diz Graziella
Gonçales, 16.
"Dane-se o que os outros pensam", rebate Júlia Abrão, 16. "Se
o cara pensa isso de você, ele não
merece ficar com você."
Paula dos Santos, 16, que começou a transar há dois anos, "sempre de camisinha", diz que tudo é
uma questão de tempo. "As primeiras vezes em que você pede para o menino usar são meio difíceis,
mas com o tempo você acostuma e
acaba se sentindo superbem. Você
se sente responsável. Hoje, eu até
coloco a camisinha no garoto e
acho divertido."
Marina Maretti, 16, imagina que
o ideal seja conversar sempre com
o garoto antes de transar. "Você
pode deixar claro para ele que só
quer transar de camisinha. Na hora, ele vai saber o que você quer."
Uma das questões mais polêmicas: esperar ou não que, na hora
H, o menino tome uma atitude.
"Você tem de pensar que ele pode
ser tímido ou pode não saber colocar a camisinha direito. Por isso o
ideal é que você saiba fazer isso
também", diz Paula.
O Folhateen conversou com garotas que já transaram e com meninas virgens para discutir o assunto. As primeiras disseram que
sempre andam com camisinha à
mão. As demais afirmaram que
ainda não viam necessidade. Mas,
ao final de duas horas de conversa,
mudaram de idéia. "Já estou pensando em levar uma comigo, mesmo que seja para emprestar para
uma amiga em uma emergência",
disse Fernanda da Silva, 15.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|