São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FOLHATEEN EXPLICA

Em 2002, a maioria tirou "insatisfatório"

As notas baixas do Enem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os estudantes brasileiros concluem o ensino médio sem entender muito bem o que estão lendo e sem a capacidade de interpretar dados e informações. Esse é o triste diagnóstico feito pelo governo a partir dos resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
A nota média de conhecimentos gerais de cerca de 1,2 milhão de alunos foi 34,13 em cem. Considerado "insatisfatório", esse resultado é o pior desde a criação do teste em 1998. Para o Ministério da Educação, a queda da média reflete a maior participação de alunos que tradicionalmente têm pior desempenho escolar -os de escolas públicas e os mais pobres.
Apesar disso, o governo reconhece que o ensino precisa melhorar e abandonar a "decoreba" dos cursinhos pré-vestibular.
A prova de conhecimentos gerais usa textos, gráficos e tabelas de temas que reúnem mais de uma matéria. Para os avaliadores, essa metodologia reflete situações cotidianas. Em seguida a questão levanta um problema a ser resolvido com base nas informações.
A raiz da deficiência, para os avaliadores, está na "fragmentação da leitura", que impede a ligação entre os conceitos e informações apresentados.
Por outro lado, o governo comemorou a melhora nas notas de redação.
O tema deste ano foi: "O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita".
Muitos alunos citaram o exemplo do ex-presidente Fernando Collor de Melo como exemplo político que não deve ser seguido, apesar de serem crianças na época do impeachment. Outros aproveitaram para criticar políticos corruptos, eleitores que vendem seus votos, se acomodam com situações ruins ou não entendem o poder da democracia. (LEILA SUWWAN)


Texto Anterior: Internotas
Próximo Texto: Estante: Para encarar os fantasmas da psicologia humana
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.