São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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Seleção de modelos não segue regras fixas

DA REPORTAGEM LOCAL

As roupas são fundamentais nos desfiles, mas o look que a marca irá imprimir para a sua coleção só começa a se desenhar na hora em que ela escolhe as modelos que darão corpo às criações do estilista.
"No casting, a gente procura escolher modelos adequadas ao conceito da marca, à história que a coleção está contando e ao público que a marca atinge", diz o stylist Maurício Ianês, 30, que produzirá desfiles de marcas como Ellus, Alexandre Herchcovitch, Huis Clos e Cori na SP Fashion Week.
Para o stylist Rogério S., o fato de cada marca idealizar uma imagem diferente a cada coleção faz com que seja impossível identificar nas "new faces" um tendência. "Há espaço tanto para as meninas que têm uma beleza mais clássica, quanto para aquelas com rostos mais desenhados, que a gente chama de fashion", explica.
Já para Marco Aurélio Casal de Rey, 42, diretor de booking fashion da agência Ford, os desfiles de inverno são melhores "para modelos de pele mais clara, com um perfil europeu".
O certo é que as agências preparam o look das novas modelos meses antes de a temporada de desfiles começar. "Na Elite, temos prestadores de serviços que preparam as modelos e consertam os erros. Por exemplo, se a modelo tem um problema de postura, mandamos fazer RPG", afirma o booker Renato Júnior.
Na Ford, Adriana Ogata, 30, é responsável por preparar as "new faces". "Na passarela, o que fazemos é aproveitar o estilo de cada pessoa e aprimorar a postura, a passada e trabalhar para que ela fique segura, com autoconfiança", diz. "Cada estilista gosta de um estilo, um tipo de passada diferente, e a gente prepara as modelos para conhecer todos os perfis."
Mesmo com toda essa preparação, há requisitos básicos para quem quer ser modelo. "Os estilistas procuram um corpo que vista bem a roupa deles, e as meninas têm de ser bem magras, altas, sem gordura localizada, além de ter atitude", diz Laura Vieira, da agência Mega.
Por outro lado, há estilistas que gostam de fugir do padrão dos modelos, como é o caso de Marcelo Sommer. "Sempre chamei amigos e pessoas comuns. Quando uso modelos, gosto dos que têm características pessoais fortes, que fogem do estereótipo, por que a roupa fica mais próxima do real, mais democrática", diz. (GW)


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