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ambiente
Diversão com consciência
Com a ameaça do aquecimento global, Holanda cria discoteca em que o público gera a energia para a diversão
GLAUCO SABINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"A
proveitar a vida
ajudando o planeta". É com essa idéia que um
grupo de holandeses está desenvolvendo um
projeto que pode dar samba (ou
rock, ou electro, ou o que você
preferir): a primeira balada
sustentável do mundo.
Nela, os banheiros são abastecidos com água da chuva e da
condensação do vapor liberado
pelo suor das pessoas, as paredes reagem com o calor e mudam de cor e a refrigeração é
feita por turbinas de vento instaladas no teto.
Mas a principal inovação
dessa danceteria ecologicamente correta é a pista, capaz
de gerar parte da energia elétrica consumida com o movimento das pessoas dançando.
Funcionamento simples
Enquanto você sacoleja, vibra e pula ao som dos DJs, um
sistema capta toda essa energia
mecânica e a transforma em
eletricidade. É o mesmo princípio (lembra-se das aulas de física?) que coloca as usinas hidrelétricas para trabalhar.
Mas e se a música estiver
ruim e a pista vazia? Aí entram
em cena painéis solares instalados no telhado. "Um ganho e
tanto, se você imaginar que,
funcionando três vezes por semana, uma casa noturna gasta
por ano 150 vezes mais energia
elétrica que um lar", explicou
ao Folhateen Alijd van Doorn,
responsável pelo projeto.
A tecnologia por trás da pista
geradora de energia ainda está
sendo pesquisada pela Universidade de Tecnologia de Delft,
na Holanda. Há vários métodos
que estão sendo considerados.
Entre eles, a ativação de um
gerador elétrico à medida que
as pessoas dançam. Ou o método "pneumático": um tecido
especial sobre a pista que funciona como uma grande bomba, comprimindo ar para ser
utilizado em microturbinas ou
em microgeradores.
Outra idéia, que pode ser
aplicada a longo prazo, é o uso
de cristais piezoelétricos. Esses
minerais -o quartzo é o mais
comum- ficam com a superfície carregada eletricamente
quando são submetidos a uma
pressão. Essa tecnologia já é
usada em relógios de alta precisão e até em controles remotos.
Doorn conta que o primeiro
protótipo da pista deverá ser
apresentado ao público em julho, quando será realizada a 2ª
The Critical Mass, festa que,
em outubro de 2006, levou
1.500 pessoas ao clube Off Corso, em Roterdã, na Holanda,
para o lançamento oficial da
Sustainable Dance Club, como
é chamada a balada.
"Danceterias são uma excelente forma de estarmos perto
dos jovens. Escolhendo essa
combinação de balada e sustentabilidade, somos desafiados a
fazer da consciência ecológica
uma coisa sexy e atraente", explica Doorn.
Com a possível criação de
clubes sustentáveis também
em Nova York e em Melbourne
(Austrália), o projeto se alinha
a uma nova onda verde que
vem tomando conta do mundo
nos últimos meses.
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