São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2004

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cartas

LEITOR QUESTIONA A HERANÇA DE KURT COBAIN; E GAROTA COMENTA A REPORTAGEM SOBRE SURFE

Legado de Renato
Vivemos num tempo em que tudo é descartável e passageiro. Poucos permanecem na lembrança das pessoas, e esses poucos são os bons. Em tempos de guerra, Gandhi é citado. Goethe, com seus versos e sua prosa, ainda não foi esquecido. Não quando falamos de sentimentos, quando acreditamos que eles ainda existam. E é falando deles que nossos corações despertam, deixando de lado a razão completa e a lógica que nos ocupa a mente o dia todo. O texto sobre Renato Russo, escrito por seu próprio filho, Giuliano Manfredini, faz-nos lembrar, como ele mesmo diz, que esses sentimentos estão dentro de nós e não deveríamos esquecê-los. Deveríamos sonhar um pouco mais. Deveríamos continuar acreditando nos sentimentos humanos e lembrar que há muita gente boa que não deveria ser deixada de lado. É difícil, a rotina e os deveres nos engolem, a lógica e os conceitos também. Quando li as poucas palavras de Giuliano, lembrei-me da doce voz de Renato a cantar: "Amar ao próximo é tão demodê". Seria bom se pensássemos nisso sempre.
Larissa Longano de Barcellos, 15 - Santana de Parnaíba - SP

Mulheres na onda
Adorei a matéria sobre surfe feminino! O mais bacana é que as surfistas escolhidas são feras mesmo. Vocês não optaram apenas por rostinhos bonitos, todas têm surfe no pé. Estou aprendendo a surfar há dois anos e a sensação de ficar em pé numa prancha é realmente indescritível. É importante destacar que as pessoas interessadas em se iniciar no esporte devem fazer algumas aulas antes para terem alguma noção e não se machucarem. Sugiro uma reportagem sobre as escolinhas de surfe brasileiras explicando o que credencia uma pessoa a dar aulas etc. Acho importante, o surfe está na moda, houve um novo "boom" e é preocupante pensar que muita gente pode se empolgar e se jogar no mar sem nenhuma orientação. Quero ressaltar minha satisfação ao ver o destaque que foi dado ao surfe feminino num jornal que aprecio e do qual sou leitora há muito tempo.
Thatiana Mendes, 24 - São Paulo - SP

Cobain, Cobain
Fico impressionado pelo aparente fascínio que colunas como o Popload, da Ilustrada, e o Escuta Aqui, do Folhateen, têm por bandas gringas desconhecidas. No começo era interessante saber sobre esse som mais underground, só que já ficou chato porque é (quase) sempre a mesma coisa. É entediante ler sobre Courtney Love e suas descendentes. Sempre aparece uma dessas, seja Karen O, do Yeah Yeah Yeahs, ou essa nova Brody Dalle, do Distillers. Eu gosto de rock (que parece ser o assunto mais abordado pelas colunas citadas anteriormente), mas fico aqui matutando sobre o que será rock de qualidade. E o que é essa tal atitude que meus amigos, fãs do Nirvana, dizem que Cobain tinha? Será que a combinação de bom rock com atitude é embebedar-se no palco, cuspir na platéia e usar jeans rasgado? Isso não virou clichê? Prefiro ficar com um rock pensante como o dos já manjados U2, Alanis, Smiths, Rage Against the Machine, Cranberries, Radiohead, REM... Prefiro essa mesmice, pois, ao menos, tem conteúdo. Mas gosto não se discute, eu acho.
Fernando Grimaldo, 18 - São Paulo, SP


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