São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2010

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Por vingança, ex-vítimas tornam-se agressoras

DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu era um pouco gordinho e pegavam no meu pé. É horrível, a gente se sente um lixo", diz Jonathan,18, de Pindamonhangaba (SP).
Mas a experiência não o fez mais solidário. Ao contrário. "Emagreci e fiquei mais confiante. Aí comecei a pegar no pé dos outros."
A psicóloga da USP Maria Isabel Leme, especialista em violência escolar, explica que há dois tipos de vítima: a que se encolhe e a que reage. "Algumas são mais agressivas e impulsivas, entendem tudo como provocação", diz.
Bruno, 16, estudante de Catalão (GO), foi vingativo.
"Eu era muito excluído, não tinha amigos", diz. A coisa mudou quando ele tornou-se um dos melhores jogadores de handebol da escola e, de novo, quando outra aluna mostrou jogar tão bem quanto ele.
"Eu era bastante popular e ela era uma ameaça a isso. Acho que o fato de eu ter passado por isso [o bullying] me fez descontar nela."
O troco veio na forma de boatos e de humilhações públicas. "Inventei que ela era lésbica e que tinha feito um aborto. E joguei macarrão do lanche no cabelo dela", diz. (TA)


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