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Por vingança, ex-vítimas tornam-se agressoras
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu era um pouco gordinho e pegavam no meu pé. É
horrível, a gente se sente um
lixo", diz Jonathan,18, de
Pindamonhangaba (SP).
Mas a experiência não o
fez mais solidário. Ao contrário. "Emagreci e fiquei
mais confiante. Aí comecei a
pegar no pé dos outros."
A psicóloga da USP Maria
Isabel Leme, especialista em
violência escolar, explica
que há dois tipos de vítima: a
que se encolhe e a que reage.
"Algumas são mais agressivas e impulsivas, entendem
tudo como provocação", diz.
Bruno, 16, estudante de
Catalão (GO), foi vingativo.
"Eu era muito excluído,
não tinha amigos", diz. A coisa mudou quando ele tornou-se um dos melhores jogadores de handebol da escola e, de novo, quando outra
aluna mostrou jogar tão bem
quanto ele.
"Eu era bastante popular e
ela era uma ameaça a isso.
Acho que o fato de eu ter
passado por isso [o bullying]
me fez descontar nela."
O troco veio na forma de
boatos e de humilhações públicas. "Inventei que ela era
lésbica e que tinha feito um
aborto. E joguei macarrão do
lanche no cabelo dela",
diz.
(TA)
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