SOCORRO! AMANHÃ, no mesmo horário e em lugares diferentes, rolam aqui em Los Angeles show dos Presets (rock eletrônico australiano), do M83 (eletrônico francês, um cara sozinho) e dos Kooks (bandinha inglesa da "NME"). Para os dois primeiros já tenho ingresso, para os Kooks ainda preciso correr atrás. A qual devo ir? E-mails para a coluna, urgente.
Los Angeles é tão bacana que, em menos de 12 horas, já cruzei com o Arcade Fire. Pelo menos achei que era.
Entrei no velho e bom clube Troubadour e vi seis caras mandando canções que mais pareciam hinos religiosos. Dos seis, duas eram meninas -uma tocava violino, outra, violoncelo. Todo mundo cantava junto, clima de ritual comunitário no palco etc.
É claro, não era o Arcade Fire, mas uma banda de Nova York, Ra Ra Riot. Daria para destruí-los em poucas linhas (ainda que o efeito prático fosse nenhum -eles nunca leriam). Mas não vou fazer isso. São tão jovenzinhos, parecem acreditar tanto no que fazem, têm um visual tão simplório e são tão politicamente corretos que é melhor deixá-los aproveitar a ilusão de que são relevantes.
Felizmente, essa não era a única atração da noite. Eles abriam para os Little Ones, banda de LA mesmo, coisa finíssima. Os "pequeninos" são animados como o Arcade Fire (é, de novo...) e sutis com o Pinback. O vocalista Ed Reyes tem um jeito estranho de cantar, sempre com um sorriso rasgado e parecendo ignorar o microfone. Não sei se a banda ensaia 25 horas por dia ou se excursiona há cem anos junta, mas a coesão é impressionante. Não erram nada e levam a pequena platéia ao nirvana em tempo recorde.
Nada mau para quem, como eu, acabou de chegar à área. Vem mais por aí, incluindo o dia dos três shows simultâneos. Ajude na decisão e acompanhe em Escuta Aqui.


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