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Não basta sambar, tem que participar
Mais do que rebolado, escola ensina cidadania
DE SÃO PAULO
Jorge Raiol, 20, começou a
tocar tamborim na Camisa
Verde e Branco em 2002.
Treinou, treinou, mas só foi
para a avenida em 2004.
Hoje, toca surdo, instrumento que até então era restrito aos mais experientes da
escola de samba paulistana.
Consciente de que teria de
ralar muito, não se intimidou. Driblou seus limites técnicos e até ajudou a montar a
bateria mirim da escola.
"Quem tem atitudes como essa é visto com outros olhos
pela velha guarda."
Interagir com os membros
mais antigos é imprescindível para quem quer entrar para a "família". "Eu chegava
na quadra e pedia a bênção.
É uma forma de mostrar respeito", explica.
Quem está ali só de passagem no Carnaval também
precisa se envolver. "Tem
gente na bateria que gosta de
rock, outros de Lady Gaga,
mas, na hora do batuque, a
atitude é a do samba."
"A escola é um espaço de
sociabilidade, mas que preserva uma cultura de cem
anos de idade", explica Tadeu Augusto Matheus, vice-presidente do Camisa.
Fundada em 1914, como
Grupo Carnavalesco da Barra
Funda, a instituição tem hoje
um departamento jovem que
cuida do resgate de seu legado cultural e de atividades
como as oficinas gratuitas.
Além disso, a Camisa Verde e Branco tem convênio
com universidades que oferecem bolsas de 25% a 75%
aos filiados mais ativos.
"Nosso papel não é apenas
fazer carnaval, mas formar
cidadãos", afirma Tadeu.
(MAYRA MALDJIAN)
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