São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Não basta sambar, tem que participar

Mais do que rebolado, escola ensina cidadania

DE SÃO PAULO

Jorge Raiol, 20, começou a tocar tamborim na Camisa Verde e Branco em 2002. Treinou, treinou, mas só foi para a avenida em 2004.
Hoje, toca surdo, instrumento que até então era restrito aos mais experientes da escola de samba paulistana.
Consciente de que teria de ralar muito, não se intimidou. Driblou seus limites técnicos e até ajudou a montar a bateria mirim da escola. "Quem tem atitudes como essa é visto com outros olhos pela velha guarda."
Interagir com os membros mais antigos é imprescindível para quem quer entrar para a "família". "Eu chegava na quadra e pedia a bênção. É uma forma de mostrar respeito", explica.
Quem está ali só de passagem no Carnaval também precisa se envolver. "Tem gente na bateria que gosta de rock, outros de Lady Gaga, mas, na hora do batuque, a atitude é a do samba."
"A escola é um espaço de sociabilidade, mas que preserva uma cultura de cem anos de idade", explica Tadeu Augusto Matheus, vice-presidente do Camisa.
Fundada em 1914, como Grupo Carnavalesco da Barra Funda, a instituição tem hoje um departamento jovem que cuida do resgate de seu legado cultural e de atividades como as oficinas gratuitas.
Além disso, a Camisa Verde e Branco tem convênio com universidades que oferecem bolsas de 25% a 75% aos filiados mais ativos. "Nosso papel não é apenas fazer carnaval, mas formar cidadãos", afirma Tadeu.
(MAYRA MALDJIAN)


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