São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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PELAS MÃOS...
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DO SOM À ROUPA E O CORTE DE CABELO, COMO PRODUZIR UMA BANDA PARA TOCAR NO ROCK IN RIO

ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O aspirante a popstar Gui Ferreira, 24, não dava muita bola para seu cabelo. Até ele tosar as madeixas com Celso Kamura, o cabeleireiro da presidente Dilma Rousseff. "De início, estranhei pra caramba, mas o Celso deixou a gente com cara de artista."
Ele e os colegas da banda Arsenic precisavam mesmo dar um tapa no visual. No próximo dia 30, a carreira desse quarteto cearense ensaia dar um duplo twist carpado no palco principal do Rock in Rio, onde tocarão horas antes de Shakira e Lenny Kravitz.
Para chegar lá, eles aprenderam sobre como um ídolo deve se vestir com o badalado stylist Daniel Ueda. Aí, rolou uma negociação. "O Daniel pensou em algo mais colorido. Mas a gente quer passar uma imagem mais rock, sabe?"
Nós sabemos, Gui, e Luciano Huck também: construir um novo ídolo para o Brasil foi a tônica do reality show "Olha Minha Banda", idealizado pelo apresentador do "Caldeirão", na TV Globo.
Para ganhar o prêmio de se apresentar no Rock in Rio, o Arsenic encarou uma bateria de testes que incluiu:
1) Passar pela triagem com mais de 45 mil candidatos;
2) Afinar o visual com cabeleireiro e stylist estrelinhas;
3) Polir para rádio e TV seu pop-rock eletrônico, com dicas de Lucas Lima e Junior.
Coincidências à parte, o tino comercial do Arsenic remete a NX Zero, assim como o nome dos vocalistas: Gui Ferreira e Di Ferrero.
Há ainda o slogan: o nome da banda vem de arsênico, elemento químico "que pode ser tanto vital quanto letal".
Foi de Roberto Medina, criador do Rock in Rio, a decisão vital (letal?) que jogou o Arsenic no colo do festival. Além do show, eles ganharam quatro carros Fox, a bolada de R$ 30 mil e um contrato de R$ 200 mil com a Som Livre.

OLHA SÓ
Exibida no último sábado, a final do concurso "Olha Minha Banda" teve mais três concorrentes. Cada um com seu apelo comercial.
Os gaúchos da Gritos de Paz encarnam um "Restart encontra Banda Mais Bonita da Cidade". Eles só se vestem de branco e querem "passar o conceito de paz para a galera", diz o guitarrista Zé, 24.
Os também gaúchos da Tri mostram balaio de folk-rock, camisas xadrez e vibrações quero-ser-Bob-Dylan.
Já a Agnela é um pacotão de pop-rock e estrogênios, com cinco bonitinhas donas de uma rebeldia feita para durar como bola de chiclete.
Para Huck, no cenário pop, é comum "tratar essas bandas como produto, no bom sentido da palavra". "Qualidade musical e criatividade" importam, afirma. "Mas, na TV, tem que ter imagem também."
Primeiro, olhe a banda deles. Depois vale escutar. (AVB)

A jornalista ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER viajou a convite da TV Globo


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