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MÚSICA
Líder do Kaiser Chiefs fala sobre o novo "boom" do britpop
Quero ser Liam Gallagher
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
O
poder da excelente nova cena de
bandas britânicas pode ser medido
pela performance de uma delas, o
quinteto Kaiser Chiefs, neste 2005.
Virou o grupo novo predileto de sir Paul
McCartney, representante vivo do grupo
predileto de todo mundo em todos os tempos. Foi a banda-sensação de festivais americanos (americanos!), como o indie South
by Southwest e o conhecido Lollapalooza.
Conseguiu ser primeiro lugar em singles na
Califórnia ("I Predict a Riot"), é o 5º melhor
disco do ano do semanário inglês "New
Musical Express" com o CD de estréia
("Employment") e só vai parar de excursionar em maio do ano que vem.
Ricky Wilson, vocalista do Kaiser Chiefs e
candidato a galã do rock inglês em 2005, falou do sucesso e das conquistas do farto
ano para o Folhateen. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
Folha - Neste período, no ano passado,
você poderia imaginar o que estava para
acontecer com o seu Kaiser Chiefs?
Ricky Wilson - Não mesmo. Foi como se
alguém me dissesse que eu ia dormir numa
noite sendo Ricky Wilson e acordar algumas semanas depois sendo o... Liam Gallagher [Oasis]. Estou brincando. Mas tudo
foi intenso. Quando a gente começou a
banda, o sonho maior era o de que nos deixassem tocar no festival de Leeds. Quando
a gente viu, estávamos tocando para uma
multidão em Moscou, na Rússia.
Folha - Quando o CD foi lançado, no começo do ano, disseram que o Kaiser
Chiefs era o novo Blur e que o britpop estava de volta. Você também acha isso?
Wilson - Sei lá. Amo o Blur, mas acho
nossa música nada parecida. A única semelhança, talvez, seja que somos "brit" e fazemos "pop". Quem me dera ter a voz de Damon Albarn. Mas queira deixar claro para
não ter briga: eu adoro o Oasis também.
Folha - 2005 foi um ano bom para o rock
inglês no geral e para bandas como a sua
em particular, você não acha?
Wilson - Foi espetacular. De uns dois
anos para cá surgiram tantas bandas novas
boas que nem dá para contar. Sinto isso no
clube que a gente tem, em Leeds. Nunca vi
tanta gente saindo à noite para dançar rock.
Além disso, nossos DJs pararam de tocar
coisas antigas para fazer sets inteiros só
com bandas novas.
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