Jovens artistas expõem em SP e dão dicas para iniciantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são jovens cheios de ideias na cabeça e de talento nas mãos.
E lutam para conseguir seu espaço no concorrido mercado de artes plásticas, do qual esperam, um dia, tirar seu sustento. A tarefa não é fácil.
"O mercado de arte no Brasil ainda é muito incipiente, então é complicado viver de arte por aqui", diz o paulista Rafael Carneiro, 24, um dos artistas mais jovens selecionados entre 1.617 inscritos de todo o Brasil para a quarta edição do projeto Rumos Artes Visuais.
O trabalho deles está na exposição Trilhas do Desejo, no Itaú Cultural (av. Paulista, 149, São Paulo, tel. 0/xx/11/2168-1700), até 10 de maio, e, ao longo do ano, ainda será exposto no Rio de Janeiro e em uma terceira cidade brasileira.
"Eu produzo arte porque gosto, porque me satisfaz. Mas pretendo viver disso, e ter essa exposição no currículo vai me ajudar quando me candidatar a bolsas de estudo e concorrer em salões de arte", diz o mais jovem selecionado, Alan de Campos, 23, de Santarém (PA).
Conversando com o Folhateen, Rafael e Alan deram dicas para quem quer se tornar artista. Uma delas é, como eles, inscrever-se em salões de arte e em concursos. "Estar no circuito de exposições é importante. Valoriza o seu trabalho", diz.
Outro ponto em que os dois concordam é sobre a importância de estudar, seja em oficinas, workshops ou faculdades. Ter um dom pode ajudar, mas não é fundamental nem suficiente.
"A faculdade me ajudou, porque eu não tinha acesso a arte contemporânea. E foi importante por causa das pessoas que conheci", diz Rafael, formado pela USP em 2007.
Na faculdade, por exemplo, ele conseguiu indicação para a galeria que hoje vende seus quadros, o que logo se tornou sua principal fonte de renda.
Alan ainda trabalha como designer, mas metade de sua renda já vem da venda de seus trabalhos. Logo, viver de arte é difícil, mas não impossível. Picasso que se cuide.
(TARSO ARAUJO)

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