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Sexo & Saúde - Jairo Bouer
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Sexo agora ou depois?
"Um orgasmo por dia mantém o médico longe!"
(An orgasm a day keeps the doctor away!).
Onde você imagina que foi publicada essa
frase? Na última semana, um folheto distribuído no Reino Unido pelo NHS (equivalente ao nosso Ministério da
Saúde) como parte de um programa de educação sexual
na escola provocou polêmica no país.
O material, que estimula os jovens a se masturbarem
ou a fazerem sexo duas vezes por semana para se manterem saudáveis, foi feito para professores trabalharem a
sexualidade de uma maneira mais tranquila com seus
alunos. Ele explica que os jovens têm direito a uma vida
sexual divertida e que a educação sexual atual enfatiza
demais aspectos negativos como doenças e gravidez.
De um lado, o sindicato dos professores acredita que
muitos deles vão se sentir desconfortáveis em trabalhar
com esse tipo de material. Além disso, muitos pais se
preocupam com a mensagem muito liberal do folheto,
que estimularia os filhos a fazer sexo precocemente.
Os autores do material, especialistas em sexualidade,
explicam que os folhetos foram desenhados para dar suporte para os professores trabalharem questões cruciais, como o momento certo em que os jovens devem
fazer sexo, a importância do equilíbrio emocional na hora de tomar essa decisão e as habilidades necessárias para negociar com os parceiros a proteção e o sexo seguro.
O NHS explica que falar sobre sexo e pensar em maneiras de atingir o jovem são objetivos no país, que tem
hoje a maior taxa de gravidez na adolescência da Europa, com cerca de 40 mil casos novos todos os anos.
No Brasil, apesar de uma queda no número de partos
em adolescentes (hoje cerca de 20% dos partos feitos no
SUS são de garotas com menos de 18 anos, contra quase
25% na década passada), ainda temos cerca de 1 milhão
de casos de gestação na adolescência todos os anos.
Nas pesquisas sobre comportamento jovem que temos feito tanto em escolas públicas quanto em particulares nos últimos cinco anos, entre as garotas de 16 anos
ou mais que praticavam sexo, mais de 10% delas já haviam enfrentando uma gravidez.
Muita gente, não é? E você? Acha que se sentiria chocado com esse tipo de material em sua escola?
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