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música
punk funk
Interjeições, pessimismo e músicas para dançar na balada: é o Rapture na área
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
O "pogo", dança em
que as pessoas se
chutam e se empurram -sem a intenção de machucar
ninguém, mas que deixa várias
marcas roxas pelo corpo da rapaziada-, era, até pouco tempo
atrás, o jeito mais comum de
cair no punk.
Novos tempos, novos passos,
novo punk. Ou melhor, punk
funk, como foi chamado o som
de grupos como Radio 4, LCD
Soundsystem e Franz Ferdinand, bandas que misturam batidas repetitivas, baixo "funqueado" e a urgência necessária para fazer todo mundo correr para a pista de dança.
O disco "Pieces of the People
We Love", novo trabalho do
quarteto americano The Rapture, promete se tornar a referência máxima do punk funk,
uma vez que todos os elementos desse estilo estão muito
bem apresentados nele.
Enquanto as letras derrotistas (punk) levam à escuridão, o
som (funk) empurra o ouvinte
para as luzes que piscam nas
baladas. "As pessoas não dançam mais/ Elas ficam em pé assim:/ Cruzam os braços e
olham para você dos pés à cabeça e ficam com cara emburrada", canta o vocalista debochado Luke Jenner em "Whoo! Alright - Yeah... Uh Huh".
Gritinhos como os do título
dessa música ainda estão espalhados por muitas faixas do disco: uns "heeee, iiiis", em "The
Devil"; uns "yoo-hoos", em
"Calling Me"; e vários "oh", em
"The Sound".
Essas interjeições funcionam bem no punk funk, assim
como o encontro das baterias
eletrônica e "orgânica", os divertidos sons do "cow bell" (sino de vaca e característica do
som do grupo) e a produção de
Danger Mouse (Gnarl's Barkley/Gorillaz) em duas faixas.
O novo disco do Rapture
mostra de vez que o punk não
morreu... ele caiu na balada.
PIECES OF THE PEOPLE WE LOVE
The Rapture
www.therapturemusic.com
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