São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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música

punk funk

Interjeições, pessimismo e músicas para dançar na balada: é o Rapture na área

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

O "pogo", dança em que as pessoas se chutam e se empurram -sem a intenção de machucar ninguém, mas que deixa várias marcas roxas pelo corpo da rapaziada-, era, até pouco tempo atrás, o jeito mais comum de cair no punk.
Novos tempos, novos passos, novo punk. Ou melhor, punk funk, como foi chamado o som de grupos como Radio 4, LCD Soundsystem e Franz Ferdinand, bandas que misturam batidas repetitivas, baixo "funqueado" e a urgência necessária para fazer todo mundo correr para a pista de dança.
O disco "Pieces of the People We Love", novo trabalho do quarteto americano The Rapture, promete se tornar a referência máxima do punk funk, uma vez que todos os elementos desse estilo estão muito bem apresentados nele.
Enquanto as letras derrotistas (punk) levam à escuridão, o som (funk) empurra o ouvinte para as luzes que piscam nas baladas. "As pessoas não dançam mais/ Elas ficam em pé assim:/ Cruzam os braços e olham para você dos pés à cabeça e ficam com cara emburrada", canta o vocalista debochado Luke Jenner em "Whoo! Alright - Yeah... Uh Huh".
Gritinhos como os do título dessa música ainda estão espalhados por muitas faixas do disco: uns "heeee, iiiis", em "The Devil"; uns "yoo-hoos", em "Calling Me"; e vários "oh", em "The Sound".
Essas interjeições funcionam bem no punk funk, assim como o encontro das baterias eletrônica e "orgânica", os divertidos sons do "cow bell" (sino de vaca e característica do som do grupo) e a produção de Danger Mouse (Gnarl's Barkley/Gorillaz) em duas faixas.
O novo disco do Rapture mostra de vez que o punk não morreu... ele caiu na balada.

PIECES OF THE PEOPLE WE LOVE
The Rapture
www.therapturemusic.com



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