São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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SEXO & SAÚDE

JAIRO BOUER - jbouer@uol.com.br

O papel do Facebook na prevenção de suicídios

VÁRIOS ESTUDOS têm sido publicados nos últimos meses sobre os efeitos nocivos que o uso excessivo das redes sociais pode trazer para os jovens. Menos horas de sono, maior exposição a "cyberbullying", maior dificuldade de concentração e queda de rendimento nos estudos são só alguns deles.
Mas as redes sociais são hoje, de longe, uma das principais formas de os jovens se conectarem à internet. Que tal, então, pensar em formas de aproveitar a capilaridade dessas redes e a assiduidade da frequência nelas como um potencial indicador de riscos?
Na última semana, o Facebook lançou, no Reino Unido, um sistema que permite que amigos possam avisar autoridades quando percebem que alguém corre risco de cometer suicídio. A iniciativa é uma parceria do site com os Samaritanos (grupo especializado em lidar com essa questão).
A ideia surgiu depois que uma série de usuários postou na rede sua intenção de cometer suicídio.
Agora, se os amigos suspeitam que um contato seu está sob risco, ele preenche um relatório com detalhes, que é encaminhado aos moderadores do site. A ameaça é avaliada, e as autoridades médicas ou a polícia podem ser acionadas, se necessário. Nos três primeiros meses de teste, os relatos de risco de suicídio foram reais e ajudaram a encurtar o acesso a alguma forma de apoio.
Muita gente pode discutir se esse tipo de mecanismo não fere os direitos individuais e a liberdade de expressão dos jovens. Mas também há que se pensar que, muitas vezes, em casos de depressão, o risco de morte pode aumentar muito, sem que a pessoa tenha uma noção ou um controle exato sobre suas atitudes.
Será que esse alerta poderia ser utilizado para outras situações que colocam a vida dos jovens em risco, como nas brigas de gangues ou de grupos rivais "agendadas" pelas redes sociais? O que você pensa disso?


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