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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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MATINÊS

Clubes liberam domingueiras para menores de 18 anos

É proibido ou já pode entrar?

DA REPORTAGEM LOCAL

Não precisa mais reclamar! De olho nos fãs-mirins de hardcore, punk e afins, a casa de shows Hangar 110 armou uma matinê mensal com entrada liberada para menores de 14 anos. A estréia do projeto Censura Livre é no próximo domingo (27/4), às 16h, com shows das bandas Dead Fish, Énoise, HC World e Gloria .
"Já permitíamos a entrada a partir dos 14. Agora, a molecada menor que quiser ver os shows vai poder frequentar a domingueira", explica Marcos Badin, proprietário do local. O Hangar, que em dias normais tem apresentações às 19h, procura terminar tudo até 23h30 para a galera não perder o metrô.
Como o lugar vende bebida alcoólica, as comandas dos menores são carimbadas, e os seguranças ficam de olho na venda de cerveja.
A nova casa noturna D-Edge, que será inaugurada amanhã (dia 22), onde antes era a Stereo, também terá sua domingueira. O projeto do clube é a noite de drum'n'bass "Play'Mo'Beats", que estréia em 4/5, das 19h à 1h, com entrada liberada a partir de 16 anos. Os residentes serão os DJs Xerxes e Cleber Port, e os convidados da primeira festa são Marky e Patife.
Apesar de novas opções, ainda há muita chiadeira quanto às regras que determinam a entrada em shows, casas noturnas e grandes festivais como o Skol Beats, que rola no próximo sábado (dia 26) e, apesar de começar às 16h, só libera a entrada de maiores de idade e com carteira de identidade na mão. Segundo a assessoria de imprensa, esta foi uma decisão da organização do evento. Eles não querem "atingir um público menor de 18 anos, que não consome bebida alcoólica", no caso, a marca de cerveja patrocinadora da balada.
Deixando de lado o marketing, o processo que permite ou não a entrada de menores é bastante subjetivo e pode variar dependendo da atração, lugar e até da região da cidade onde vai acontecer.
Quem determina qual a faixa etária que pode ir a um show de rock, por exemplo, são os juízes da Vara da Infância e da Juventude, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Segundo o artigo 149 da lei, é responsabilidade da autoridade judiciária permitir a entrada e a permanência de crianças e de adolescentes desacompanhados dos pais e responsáveis em estádios, ginásios, boates, teatros e estúdios de televisão, entre outros.
Em São Paulo existem 11 fóruns regionais. Cada um decide o que vale para a sua área. Portanto, uma banda que toca para os menores do Jabaquara pode não tocar para os de Santana.
"O estatuto dá essa abertura para que o juiz da infância discipline a portaria. Uns são rigorosos, outros mais liberais", afirma Maurício Pombar Trindade, diretor do ofício de infância da juventude do Jabaquara. Outros fatores que influenciam a decisão do juiz são a segurança do local, a venda e até mesmo a exposição de bebidas alcoólicas. (ADRIANA FERREIRA)


Hangar 110 (r. Rodolfo Miranda,110, Bom Retiro, tel. 0/xx/11/229-7442); D-Edge (r. Olga, 168, Barra Funda).


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